Um tribunal de Moscou prorrogou nesta quinta-feira (24) por três meses a prisão provisória do jornalista americano Evan Gershkovich, detido no fim de março na Rússia por “espionagem”, uma acusação que ele rejeita.

“O período de detenção é prorrogado por três meses (…) até 30 de novembro”, afirmou em um comunicado a assessoria de comunicação do tribunal.

A imprensa não foi autorizada a acompanhar a audiência de Evan Gershkovich, que aconteceu a portas fechadas. Um advogado de sua equipe saiu do tribunal sem fazer comentários, segundo uma correspondente da AFP.

A prorrogação da detenção era considerada algo quase certo: a justiça russa raramente concede liberdade durante o processo a detentos por acusações tão graves.

Jornalista do Wall Street Journal, Gershkovich, 31 anos, e que já trabalhou para a AFP, foi detido em 29 de março durante uma viagem a trabalho à região dos Urais.

Ele foi o primeiro jornalista ocidental detido e acusado de espionagem por Moscou desde o fim da era soviética, no início dos anos 1990, em um momento de forte deterioração das relações entre a Rússia e as potências ocidentais devido à invasão da Ucrânia.

Até o momento, a Rússia não apresentou publicamente nenhuma prova de suas acusações.

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