Um tribunal mexicano aprovou a extradição para os Estados Unidos do traficante de drogas Rafael Caro Quintero, fugitivo da justiça, para ser processado por diversos crimes, incluindo o assassinato de Enrique “Kiki” Camarena, um agente da DEA, a agência de combate às drogas norte-americana, informaram fontes judiciais nesta segunda-feira (3).

A sentença, proferida na sexta-feira por um tribunal criminal da Cidade do México, rejeitou uma liminar da defesa de Caro Quintero, um dos homens mais procurados pelo FBI. O advogado alegava que seu cliente não poderia ser julgado duas vezes pelo assassinato, um caso que já havia sido examinado pela justiça mexicana.

O tribunal argumentou que mesmo o “cenário hipotético” de que o narcotraficante já tenha sido alvo de ação legal no México por certos crimes “não impede que ele venha a ser extraditado por quem está fora desse processo”, segundo o documento judicial.

Além disso, afirmou que isso seria motivo suficiente para que uma ordem de prisão provisória, também emitida a pedido dos EUA e que sua defesa também denunciou, não viole seus direitos fundamentais.

Em abril, um juiz norte-americano autorizou a apreensão no México de cinco propriedades de Caro Quintero, que foi cofundador do cartel de Guadalajara e agora dirige uma facção criminosa que leva seu nome e faz parte do cartel de Sinaloa, segundo informações da DEA.

Caro Quintero foi preso em 1985, julgado no México e condenado a 40 anos de prisão. Porém, em 2013, um juiz o libertou por uma brecha legal. Pouco depois, a justiça voltou a exigir sua captura, mas já era tarde: ele havia desaparecido.