Tribunal italiano julga tripulação de navio de resgate

PALERMO, 21 OUT (ANSA) – O julgamento de seis membros do navio Mare Jonio, acusados de cumplicidade com a imigração ilegal, começou nesta terça-feira (21) no Tribunal de Ragusa, na Itália.   

O caso gira em torno de uma embarcação operada pela ONG Mediterranea Saving Humans (MSH), que retirou 27 migrantes de um petroleiro dinamarquês em 2020 e os levou para Pozzallo, na região da Sicília.   

Na época, os migrantes permaneceram no navio Maersk Etienne por mais de um mês, após os governos da Itália e de Malta se recusarem a recebê-los.   

Três meses depois, a MSH recebeu uma doação de 125 mil euros da empresa de transporte do petroleiro, a Maersk Tankers. Com isso, os promotores defenderam que o resgate dos migrantes teve motivação financeira.   

“Isso foi usado pelo Ministério Público para acusar os ativistas de cumplicidade com a imigração ilegal, agravada pela difamação e motivação lucrativa, desencadeando uma verdadeira campanha de difamação contra nós”, informou a ONG.   

A MSH acrescentou, em um comunicado, que o julgamento em solo italiano abrirá a oportunidade de “restabelecer a verdade e a legitimidade do ocorrido”.   

Os réus incluem o cofundador da instituição de caridade, Luca Casarini, o capitão do navio e três tripulantes, entre eles um médico. (ANSA).