Um tribunal de Bruxelas considerou, nesta terça-feira (25), o francês Salah Abdeslam e o belga-marroquino Mohamed Abrini culpados de “assassinato em contexto terrorista” pelos ataques jihadistas perpetrados na capital belga em 2016, que deixaram 32 mortos, após sete meses de julgamento.

Abdeslam e Abrini já haviam sido condenados à prisão perpétua pelo ataque de Paris em novembro de 2015. O tribunal belga declarou quatro outros suspeitos culpados pelas mesmas acusações.

Os ataques suicidas de 22 de março de 2016 tiveram como alvo o aeroporto de Zaventem, perto de Bruxelas, e o metrô da capital belga. Eles foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

Centenas de pessoas ficaram feridas nas explosões e, sete anos depois, muitas vítimas, familiares e socorristas ainda estão traumatizados.

Com base no veredicto, Abrini e Abdeslam podem enfrentar uma nova sentença de prisão perpétua, desta vez na Bélgica. A pena será anunciada em setembro, após o recesso de verão (no hemisfério norte). Enquanto isso, haverá uma nova fase de pedidos da acusação e alegações da defesa.

Abdeslam, de 33 anos, foi o único sobrevivente da célula que atacou Paris em novembro de 2015 e causou 130 mortes, a maioria delas na casa de shows Bataclan.

Após o massacre, ele fugiu para Bruxelas, onde se escondeu por quatro meses em um apartamento onde estavam hospedados membros da célula local. Foi finalmente preso no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, quatro dias antes dos ataques na capital belga.

O júri popular, que passou duas semanas deliberando, rejeitou sua alegação de que não estava envolvido na preparação desses ataques.

Abrini foi considerado culpado de ser um dos membros da equipe de suicidas que atacou o aeroporto e o metrô de Bruxelas.

No julgamento, ele explicou que decidiu, de última hora, não se explodir no aeroporto, como outro dos réus neste processo, Osama Krayem, um sueco de origem síria que também foi considerado culpado de assassinato.

Dois outros suspeitos, o tunisiano Sofien Ayari e o ruandês Hervé Bayingana Muhirwa, foram absolvidos de assassinato, mas considerados culpados de participação em uma organização terrorista.

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