Um tribunal de Bangladesh pediu, nesta terça-feira (13), uma investigação contra a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina e seis altos funcionários de seu governo pelo assassinato de um homem durante os protestos recentes que levaram à sua queda.

O advogado Mamun Mia apresentou um pedido neste sentido a um tribunal de Daca, a capital, que por sua vez pediu à polícia a abertura de uma investigação “contra os as pessoas acusadas”, declarou o advogado.

O cliente representado por Mia acusa “Sheikh Hasina e outras seis pessoas” de serem responsáveis pela morte do dono de uma mercearia, morto a tiros em 19 de julho pela polícia durante a repressão aos protestos contra o governo.

Além da ex-primeira-ministra, a denúncia abrange o ex-ministro do Interior, o secretário-geral do partido de Hasina e quatro altos funcionários da polícia nomeados pelo seu governo.

As forças de segurança do país receberam duras críticas pela repressão letal aos protestos iniciados em julho, nos quais morreram 450 pessoas, incluindo 42 agentes.

As manifestações começaram como um movimento estudantil contra um sistema de cotas para funcionários públicos que, segundo eles, beneficiava grupos leais a Hasina, mas evoluíram para uma mobilização mais ampla contra o governo.

No poder há 15 anos, Hasina acabou renunciando no início de agosto, depois de perder o apoio da cúpula militar, e fugiu do país enquanto manifestantes atacavam a sua residência oficial em Daca.

O governo foi assumido de forma interina pelo economista Muhammad Yunus, de 84 anos, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2006 como pioneiro do microcrédito para os pobres.

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