Um ex-sargento da SS de 94 anos que atuou como guarda no campo de concentração de Auschwitz, Reinhold Hanning foi considerado culpado de mais de 170 mil quesitos de atuar de maneira acessória para o homicídio, por ajudar nas operações que mataram 1,1 milhão de judeus e outras pessoas no campo nazista. O tribunal do Estado de Detmold sentenciou Hanning a cinco anos de prisão, ainda que ele possa permanecer livre enquanto tramita a apelação.

A juíza Anke Grudda disse que o réu esteve em Auschwitz por dois anos e meio e teve uma função “importante”. “Você foi parte de uma organização criminosa e tomou parte em atividade criminosa em Auschwitz”, disse a magistrada. Hanning não mostrou reação ao ouvir a sentença. O advogado de defesa indicou que deve apelar.

Vários sobreviventes do campo testemunharam no julgamento. “Ele é um homem idoso e provavelmente não irá para a cadeia, mas ele deveria ter dito o que aconteceu em Auschwitz”, disse um sobrevivente, Leon Schwarzbaum, de 95 anos. “Auschwitz foi algo que o mundo nunca viu.”

Schwarzbaum se disse feliz com o fato de que Hanning tenha pedido desculpas, mas queria do réu mais detalhes sobre a rotina do lugar, para educar as gerações mais novas. Durante o julgamento, Hanning admitiu que sabia que judeus eram mortos no campo, mas não fez nada para impedir isso. A promotoria queria condená-lo a seis anos, enquanto a defesa pedia a liberdade, com o argumento de que não havia provas de que ele havia matado ou agredido alguém.

Hanning disse que entrou na SS como voluntário, aos 18 anos, e trabalhou em Auschwitz entre janeiro de 1942 e junho de 1944, mas não se envolveu com as mortes no campo ocupado pelos nazistas na Polônia. Ele foi julgado, contudo, por ajudar na operação do campo, por seu papel acessório para o homicídio. Fonte: Associated Press.