O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro, anulou as condenações do ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman e do ex-governador Sérgio Cabral por corrupção no processo de escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Os juízes consideraram que o magistrado que ditou as sentenças em primeira instância, em 2021, não tinha competência para julgar o caso, que agora deve ser assumido por outra corte, informou o TRF2 nesta quinta-feira (7).

Nuzman, presidente do COB entre 1995 e 2017, e Cabral, governador do estado do Rio entre 2007 e 2014, foram considerados responsáveis pelos atos de corrupção que garantiram a escolha da capital fluminense como sede olímpica.

O ex-presidente do COB, de 81 anos, foi condenado a quase 31 anos de prisão por crimes relacionados com a compra de votos que garantiram a vitória do Rio sobre outras cidades candidatas (Madri, Tóquio, Chicago) na votação que aconteceu em Copenhague em 2009.

“O juiz, desde o início, demonstrou não ter isenção, cometeu diversas arbitrariedades, se aliou ao Ministério Público e avocou para si um processo que não era de sua alçada”, disse à AFP João Francisco Neto, advogado de Nuzman.

Por sua vez, Cabral foi sentenciado a mais de dez anos de prisão por sua suposta colaboração no pagamento de propina a membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) encarregados de escolher o anfitrião dos Jogos.

Condenado em vários casos de corrupção durante seu mandato, o ex-governador de 61 anos reconheceu em 2019 que pagou US$ 2 milhões (R$ 9,8 milhões na cotação atual) em subornos em troca da escolha da ‘Cidade Maravilhosa’ como sede do evento.

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