Um tribunal de apelações dos Estados Unidos anulou, novamente, o acordo de culpabilidade de Khalid Sheikh Mohammed, considerado “mentor” dos atentados de 11 de setembro de 2001, nesta sexta-feira, 11. A ação deve atrasar ainda mais o julgamento do caso na corte marcial.
Por dois votos a um, um tribunal de apelação de Washington validou a decisão do ex-secretário de Defesa Lloyd Austin, que revogou os acordos de confissão de Mohammed e outros dois acusados, em agosto de 2024, os livrando da pena de morte — os acordos foram restabelecidos por decisão de um juiz militar em novembro.
“O ministro agiu dentro dos limites de seus poderes legais e não queremos questionar seu julgamento e o magistrado militar cometeu uma série de erros indiscutíveis”, considerou o tribunal.
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Entenda quem são os acusados do tribunal norte-americano
Khalid Sheikh Mohammed, Walid bin Attash e Mustafa al Hawsawi, os três detidos na base militar americana de Guantánamo, em Cuba, são acusados de terrorismo e do assassinato de quase 3 mil pessoas nos ataques de 11 de setembro.
Os termos do acordo ainda não foram divulgados, mas, segundo a imprensa americana, eles aceitaram se declarar culpados de conspiração para cometer crimes em troca de prisão perpétua, em vez de um julgamento que poderia determinar sua execução.
Mohammed é conhecido pela foto no dia de sua prisão em 2003, em que aparece com o cabelo desarrumado e bigode, vestido com um pijama branco. O paquistanês criado no Kuwait, conhecido como “KSM”, foi transferido para Guantánamo em setembro de 2006.
Os três homens nunca foram julgados, visto que o processo se arrastou devido a dúvidas sobre se a tortura sofrida em prisões secretas da agência americana de inteligência — CIA, na sigla em inglês — poderia garantir alguma alteração nas provas contra eles.