Brasília – Treze senadores que votaram pela aprovação do texto-base da reforma da Previdência traíram o governo na hora de analisar o destaque que retirava as mudanças propostas no pagamento do abono salarial. A alteração eliminou R$ 76,4 bilhões da economia esperada em dez anos com a reforma.

A proposta aprovada na Câmara dos Deputados restringia o pagamento do benefício, no valor de um salário mínimo (R$ 998), a quem recebe até R$ 1.364,43 por mês. Com a derrota no Senado, ficam valendo as regras atuais, que garantem o repasse a quem ganha até dois salários mínimos.

A votação em separado desse dispositivo foi solicitada pela bancada do Cidadania. O governo precisava garantir 49 votos favoráveis ao trecho, mas só teve 42 apoiadores. Pela derrubada da alteração, foram 30 senadores.

Entre os trinta senadores que votaram pela permanência das regras atuais estão treze senadores que apoiaram a reforma da Previdência. Veja a relação abaixo.
Votaram a favor da reforma e contra a mudança proposta pelo governo no abono salarial:

Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
Alvaro Dias (Podemos-PR)
Dario Berger (MDB-SC)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Eduardo Girão (Podemos-CE)
Espiridião Amin (PP-SC)
Flávio Arns (Rede-PR)
Jorge Kajuru (Patriota-GO)
Kátia Abreu (PDT-TO)
Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Reguffe (Podemos-DF)
Rodrigo Cunha (PSDB-AL)
Styvenson Valentim (Podemos-RN)

Além deles, dois parlamentares que aprovaram o texto-base da Previdência faltaram à votação do destaque: Telmário Mota (PTB-RR) e Marcos Rogério (DEM-RO).
O IMPACTO DA REFORMA

Proposta do governo: R$ 1.236,5 bilhões

Texto da Câmara: R$ 933,5 bilhões

Texto do Senado (1º turno): R$ 800,3 bilhões