Pelo menos 13 migrantes haitianos morreram afogados na noite de domingo na província de Valverde, noroeste da República Dominicana, quando a caminhonete que os transportava clandestinamente caiu em um canal de irrigação, informaram as autoridades dominicanas.

“Todos eram transportados ilegalmente do Haiti, supostamente com destino à cidade de Santiago e Santo Domingo”, disse a polícia na nota que detalha que, entre os mortos, estavam duas meninas, uma recém-nascida e outra de quatro anos de idade, nove homens e duas mulheres.

Os mortos estavam “sem documentos” e iam a bordo de um veículo 4×4. “Constatou-se que todos os corpos que foram recuperados das águas não gozam ou não têm em seu poder a documentação que lhe credite a permanência legal no país”, declarou à imprensa o promotor da Procuradoria, Amewdy Tejada.

As condições em que ocorreu o acidente não estão “muito claras”, mas sabe-se que o veículo “caiu no canal de irrigação”, acrescentou Tejada. A polícia apontou, ao mesmo tempo, que o motorista perdeu o controle da caminhonete.

“Até o momento não foi possível apurar a identidade do motorista do veículo, nem o seu estado, porque teria desaparecido do local da tragédia, segundo os dados preliminares obtidos”, acrescentou a instituição.

– “Aprofundam a investigação –

Segundo a imprensa local, a caminhonete transportava entre 16 e 18 pessoas no veículo, das quais restaram três sobreviventes.

A Polícia não confirmou quantas pessoas viajavam no veículo, mas continua com os trabalhos de busca e espera dar uma nova atualização sobre o ocorrido nas próximas horas.

Os corpos serão enviados para o Instituto Nacional de Ciências Forenses (Inasi) para cumprir com os trâmites legais.

As autoridades anunciaram que “aprofundam” a investigação para apurar as causas do acidente e os possíveis culpados.

O Haiti, o país mais pobre das Américas, vive há anos uma crise econômica, política e de segurança, agravada pela violência de gangues criminosas que dominam áreas do país.

A situação multiplicou o êxodo de haitianos sem documentos para a vizinha República Dominicana, que por sua vez endureceu sua política com mais operações migratórias e a construção de um muro na fronteira entre os dois países.

No entanto, os traslados clandestinos, que podem chegar a custar aproximadamente 142 dólares segundo a taxa de câmbio, continuam sendo frequentes.

No último mês de maio, três haitianos também morreram em um acidente de trânsito quando eram transportados em um desses veículos clandestinos. O carro levava 17 pessoas e capotou na rodovia.

No ano passado, a República Dominicana reportou a entrada de mais de 120 mil migrantes estrangeiros, a maioria de haitianos.

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