Treze crianças morreram no incêndio do dormitório de um internato na região central da China, noticiou um veículo da imprensa estatal neste sábado (20), gerando uma onda de indignação nas redes sociais.

Às 23h locais de sexta-feira (12h de Brasília), os bombeiros receberam o alerta de um incêndio no internato Yingcai, na aldeia de Yanshanpu, na província de Henan, reportou a agência oficial de notícias Xinhua.

Segundo o veículo, treze alunos morreram e outro ficou ferido.

Um professor informou ao Jornal de Hebei que todas as vítimas eram estudantes da mesma turma do ensino fundamental, com idades entre 9 e 10 anos.

O ferido “se encontra atualmente recebendo tratamento no hospital e se encontra em condição estável”, reportou a Xinhua.

“As equipes de resgate chegaram rapidamente ao local e as chamas foram extintas às 23h38”, acrescentou.

As autoridades locais estão investigando a origem do incêndio e ao menos uma pessoa vinculada à escola foi detida, segundo o mesmo veículo.

A área próxima da escola foi isolada na noite deste sábado (manhã no Brasil), com mais de uma dezena de policiais fazendo patrulhas, constataram jornalistas da AFP.

– Revolta nas redes –

A aldeia de Yanshanpu fica nos arredores de Nanyang, uma cidade de quase dez milhões de habitantes.

As ruas da cidade estavam praticamente vazias na noite deste sábado. Apenas alguns curiosos permaneciam do outro lado do cordão de isolamento da polícia.

Uma mulher explicou à AFP que alguns pais de alunos deixavam os filhos no internato enquanto trabalhavam fora da região.

Em vídeos publicados nas redes sociais antes da tragédia veem-se crianças, algumas em idade pré-escolar, vestindo batas com o emblema da escola e outros alunos maiores estudando caligrafia.

Nas redes sociais chinesas, os internautas expressaram sua revolta e urgiram as autoridades a aplicar sanções em caso de desrespeito às normas de segurança.

“É horrível demais, 13 crianças de 13 famílias, todas desaparecidas em um instante (…) Se não houver uma punição severa, suas almas não vão descansar em paz”, escreveu um usuário da rede social chinesa Weibo.

Os incêndios fatais são frequentes na China devido aos baixos padrões de segurança e a aplicação flexível das normas.

Em novembro, 26 pessoas morreram e dezenas foram hospitalizadas em um incêndio nos escritórios de uma empresa de carvão na província de Shanxi, no norte do país.

O desabamento do teto de uma academia deixou 11 mortos em julho, no nordeste do país. E no mês anterior, 31 pessoas morreram na explosão de um restaurante no noroeste.

Em abril, um incêndio matou 29 pessoas em um hospital de Pequim, onde alguns conseguiram se salvar das chamas pulando das janelas.

Após o incêndio em Shanxi, o presidente chinês, Xi Jinping, instou o país a fazer “investigações em profundidade sobre os perigos escondidos em indústrias-chave para melhorar os planos de emergência e as medidas de prevenção”.

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