Três perguntas seguem em aberto sobre o caso de Juliana Marins, a brasileira que morreu na Indonésia. Esse caso repercutiu muito na Europa.
A primeira questão: como alguém poderia ter sido abandonada para morrer? Trilheiros que estavam com a carioca Juliana Marins, de 26 anos, disseram que ela estava cansada e pediu para parar um pouco. Foi aí que, segundo especialistas, começou o primeiro erro: ela foi deixada sozinha.
O guia turístico teria seguido com o grupo e abandonado a brasileira por mais de uma hora. De acordo com a irmã de Juliana, foi nesse intervalo que ela caiu no penhasco.
Não está claro por que ela caiu. E por que não houve um acompanhamento contínuo, como aconselham especialistas. Pessoas que já fizeram essa trilha relatam um despreparo dos guias da região. E contam que itens básicos de segurança e proteção também não são exigidos.
O Monte Rinjani é conhecido por trilhas não oficialmente demarcadas e com pouca fiscalização. Desde 2020, pelo menos 190 acidentes já aconteceram, com 9 mortos e 180 feridos.
Outra questão é: por que o resgate não chegou a tempo? As buscas só conseguiram chegar até Juliana quatro dias após a queda. As condições meteorológicas, a neblina e o terreno difícil são apontados como obstáculos.
Mas ainda não está claro se foi a falta de coordenação, equipamentos, recursos ou até a demora na notificação. Repórteres da redação indonésia da DW afirmam que o caso está sendo tratado como uma das operações de resgate mais desafiadoras da região.
De quem é a culpa? Especialistas afirmam que os guias ou a agência contratada por Juliana tinha responsabilidade civil sobre o acidente. Era esperado um rápido suporte emergencial e acionamento das autoridades. O que não teria acontecido.
Ainda não há sequer uma investigação oficial sobre o caso. Mas o governo da Indonésia anunciou que vai reavaliar a infraestrutura do Monte do Rinjani.