Três jornalistas são libertados na Turquia após voltar brevemente à prisão

Três jornalistas são libertados na Turquia após voltar brevemente à prisão

Três jornalistas turcos condenados por violar a lei sobre serviços secretos, presos novamente nesta terça-feira (15) depois de perderem na apelação, foram liberados posteriormente.

Eles foram julgados em 2020 por informações de que um oficial de inteligência turco havia sido assassinado na Líbia, depois que Ancara expressou apoio ao governo líbio reconhecido pela ONU.

Em setembro de 2020, o tribunal de Istambul condenou Aydin Keser, Ferhat Celik e Murat Agirel, repórteres do jornal Yenicag, a quatro anos e oito meses de prisão por violação da Lei sobre a Agência de Inteligência Turca (MIT).

O diretor de redação da OdaTV Baris Pehlivan e a jornalista Hulya Kilinc foram condenados a três anos e nove meses de prisão pelas mesmas acusações.

Agirel e Pehlivan anunciaram nesta terça-feira pela manhã no Twitter que terão que retornar à prisão.

“Pela terceira vez… Aqui estamos, vamos… Adeus”, Pehlivan postou com uma imagem de si mesmo em frente ao tribunal de Istambul.

“Vou voltar para a prisão porque rotulei de mártires aqueles que morreram como mártires por seu país”, tuitou Agirel.

Poucas horas depois, os dois homens foram libertados, disse à AFP seu advogado Huseyin Ersoz, sem dar mais detalhes.

De acordo com a imprensa local, Hulya Kilinc, que também foi detida novamente na província de Manisa (oeste) após um exame médico, também deveria ser liberada.

As ONGs denunciam com frequência as violações da liberdade de imprensa na Turquia, em particular desde a tentativa de golpe em 2016, seguida pela prisão de dezenas de jornalistas e do fechamento de vários meios de comunicação considerados hostis.

A Turquia está na 153ª posição entre 180 no ranking 2021 da liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).