Três funcionários de MSF, incluindo uma espanhola, morrem em ataque na Etiópia

Três funcionários de MSF, incluindo uma espanhola, morrem em ataque na Etiópia

Três funcionários da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) – um da Espanha e dois da Etiópia – foram mortos em um ataque na região do Tigré, no norte da Etiópia, anunciou a seção espanhola da organização humanitária nesta sexta-feira(25).

“Perdemos contato com eles e com o carro em que viajavam ontem à tarde [quinta-feira] e esta manhã o veículo foi encontrado vazio e, a poucos metros de distância, seus corpos sem vida”, disse MSF em nota, denunciando um “brutal assassinato”.

Os mortos são a madrilenha María Hernández, 35, coordenadora de emergências na área e com experiência anterior no México, Yohannes Halefom Reda, assistente de coordenação do MSF e 31 anos, e seu motorista Tedros Gebremariam Gebremichael, também de 31 años.

“Condenamos veementemente este ataque aos nossos colegas e não vamos parar até que esclareçamos o que aconteceu (…) terá consequências dramáticas para a assistência às populações atendidas por María, Yohannes e Tedros”, acrescentou MSF em seu comunicado.

A Ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha González Laya, expressou “grande tristeza pelo assassinato” dos três funcionários de Médicos Sem Fronteiras, e disse que estava “em contato com as autoridades etíopes para esclarecer os fatos e repatriar o corpo” de María Hernandez.

A região do Tigré, no norte da Etiópia, tem sido palco de conflito desde que o exército lançou uma operação em novembro para derrubar as autoridades regionais dissidentes da Frente de Libertação Popular do Tigré (TPLF).

O governo central instalou um gabinete de transição em Tigré, enquanto a operação militar conduziu a um conflito duradouro, repleto de relatos de crimes contra a população civil (massacres, estupros, deslocamentos …).

O conflito entre as forças relacionadas à TPLF e o exército etíope levou 350.000 pessoas à beira da fome, de acordo com a ONU, e milhões a fugirem de suas casas, algo que o governo etíope nega.