Um receio de crise se forja no céu de Belém quando se fala em COP-30, que será realizada no fim de 2025. Apesar do zelo da cidade e do Estado no preparo da estrutura, há três desafios enormes: os índices históricos de desmatamento no Pará (sim, ainda existe nas sombras da floresta, com madeira de lei tida como a melhor para o mercado); a falta de leitos de hotel para comitivas de quase 100 países (a ideia de navios-hotéis no rio ainda não vingou); e um fator alheio às mãos do governador Helder Barbalho (MDB), escolhido por Lula da Silva o anfitrião: a falta de acordo para uma Carta, ainda mais agora com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Há risco de o evento se tornar um passeio diplomático na floresta. Há dias, foi cancelada a audiência que a Comissão de Meio Ambiente da Câmara faria para tratar da COP-30. A iniciativa era da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), mãe do governador do Pará, que torce por vitrine nacional do filho Helder, todavia ele pediu cautela.
COP-30 será uma vitrine internacional e teste para o governador Helder como um potencial vice de Lula em 2026. Mas ele precisa mostrar soluções
O diretor quebra-molas do DNIT
O Diretor Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Fabrício Galvão, homem de confiança do senador Renan Calheiros (MDB-A), é visto no Congresso Nacional como postergador de compromissos por quem leva suas demandas. Funcionário de carreira, Galvão se apresenta como vendedor de soluções, mas não controla as áreas técnicas – a quem põe a culpa por travas burocráticas, dizem os reclamantes. Mas quem monitora o Diário Oficial nota portarias favoráveis a redutos eleitorais do padrinho político e de seus aliados em outros Estados. O gabinete do ministro dos Transportes, Renan Filho, está abarrotado de reclamações.
Que pena, Nova York
![Três desafios para Helder 1 Fernando Haddad](https://istoe.com.br/wp-content/uploads/2024/10/52676984742-3820a6e289-k-1-e1730299274714-1024x534.jpg?x29807)
Não se fala em outro assunto na Esplanada além do corte de gastos: o mistério da agenda de Fernando Haddad e Simone Tebet em Nova York cancelada pelo presidente Lula da Silva. Eles viajariam com assessores para explicar o pacote a investidores, justamente nos dias da eleição presidencial e do resultado nos EUA, numa semana “morta” para isso.
Barros, o futuro braço direito de Motta
![Três desafios para Helder 2 “O Supremo está avançando na prerrogativa de outros Poderes. Quem provoca a reação é quem conduz a ação” Ricardo Barros, líder do governo na Câmara](https://istoe.com.br/wp-content/uploads/2022/10/54-1.jpg?x29807)
O deputado licenciado Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde, deve reassumir o mandato este mês – para coordenar a campanha do já eleito, porém não muito aceito ainda, Hugo Motta (Rep-PB) à Presidência da Câmara. A despeito dos poucos dias de atividades no Congresso este mês, Barros volta em fevereiro para ser um dos braços de Motta em secretaria estratégica. Está tudo engendrado no gabinete de Lira. O Progressistas considera que a experiência da interlocução suprapartidária de Barros vai ajudar. Há dois meses, o deputado tomou um café com Lula da Silva – a quem mais interessa a governabilidade.
Um estranho no ninho da Esplanada
A minirreforma de Lula da Silva pode trazer surpresas na composição da governabilidade. A despeito do partido federado com o PSDB, o deputado Arnaldo Jardim (Cid-SP) articulou filiação de 30 prefeitos paulistas ao PSD e pode ter voz na eventual escolha de um ministro da Agricultura.
Bem-vindo & sai daí
Existe uma placa na barbearia do Senado que dá o recado claro aos desavisados – muita gente não lê ou não sabe da regra. A Portaria nº 133 de 1980 determina que os senadores têm prioridade no atendimento. Já houve caso recente de um cidadão desconvidado da poltrona. E vossa excelência não se deu por tímido em assumi-la sem agradecer.
Cavalinho de milhões
O ECAD distribuiu R$ 13 milhões em direitos para 3,3 mil compositores pela execução das músicas no Rock in Rio 2024. Foram gravadas 202 apresentações com 3.051 músicas tocadas (52% do repertório nacional). A mais tocada foi “Tá Ok”, de Kevin O Chris e Dennis DJ, seguida por “Vai no Cavalinho”, de Thales Bigbig e Sammy Coelho.
NOS BASTIDORES
Corra, Jair, corra!
De um lado, Alexandre de Moraes com a caneta para mandado de prisão. De outro, Jair Bolsonaro aguarda posse de Trump para pedir asilo político na Embaixada dos EUA.
É o outro Castelo!
Um gênio do Planalto sugeriu retirar a placa do comitê de imprensa de homenagem a Carlos Castelo Branco, o Castelinho. Foi alertado de que se trata do grande jornalista, não o ex-presidente militar.
Aposta geral no bicho
Defensores do jogo do bicho apostam na oficialização do secular sistema a partir de 2025, sem a chaga da contravenção penal e tudo regulamentado por agência da Fazenda. O PL já avançou no Congresso, e o Barba diz que, passando, sancionará.
Crise diplomática
O diretor para a América Latina da chancelaria de Israel, embaixador Mattanya Cohen, tentou em vão reunião com Mauro Vieira. Pesou o fato de Lula da Silva ainda ser uma persona non grata para Israel.