Três copresidentes prestam juramento na Bósnia, nesta terça-feira (20), incluindo o nacionalista sérvio pró-russo Milorad Dodik, em um país paralisado pelas profundas divisões comunitárias um quarto de século depois da guerra.

Esta situação política supõe um desafio a mais para as frágeis instituições deste pequeno país empobrecido dos Bálcãs, presa do clientelismo, da corrupção, do desemprego (entre 20% e um terço da população, segundo os critérios de cálculo) e de onde cerca de 170 mil pessoas emigraram em quase cinco anos, segundo as ONGs.

Prevista pelos acordos de paz de Dayton que puseram fim ao conflito de 1992-1995 (100.000 mortos), esta presidência tripartite fruto das eleições de 7 de outubro deve representar as três principais comunidades: os bósnios muçulmanos (cerca de metade dos 3,5 milhões de habitantes), os sérvios ortodoxos (um terço) e os croatas católicos (15%).

As duas primeiras comunidades estão representadas pelos nacionalistas.

Os bósnios muçulmanos são representados pelo conservador Sefik Dzaferovic, de 61, cujo partido (SDA) se mostra próximo do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Milorad Dodik, de 59, que reivindica sua amizade com o presidente russo, Vladimir Putin, representa os sérvios ortodoxos e será o primeiro a exercer a presidência rotativa por oito meses.

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Junto com eles, está o socialdemocrata Zeljko Komsic, de 54, que diz querer construir uma “Bósnia dos cidadãos” que transcenda as comunidades. Sua legitimidade foi questionada, porém, pelo principal partido croata (o HDZ, nacionalista), que o acusa de dever seu posto aos votos bósnios e de ter traído os seus. Os deputados do HDZ poderão bloquear o trabalho do parlamentar.


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