09/01/2019 - 7:08
O trem especial de Kim Jong-un partiu de Pequim nesta quarta-feira (9), pondo fim à quarta visita do líder da Coreia do Norte à China.
Os jornalistas da AFP viram o trem norte-coreano, verde e com uma linha amarela, partir da estação central de Pequim, um dia depois de sua chegada à capital chinesa.
Em Pequim, Kim Jong-un se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, noticiou a imprensa sul-coreana.
Fiel à tradição, o governo chinês manteve em segredo o programa da visita de Kim a Pequim.
Após seu desembarque, Kim se reuniu com o presidente Xi por uma hora, indicou a agência sul-coreana Yonhap, sem identificar suas fontes.
A reunião se concentrou em uma possível segunda cúpula entre o dirigente norte-coreano e o presidente americano, Donald Trump, acrescentaram as mesmas fontes.
Depois, Kim e sua mulher, Ri Sol-ju, jantaram com o presidente e a primeira-dama, completou a Yonhap.
A China é um ator-chave na delicada questão dos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte, já que o gigante asiático é o seu principal aliado diplomático e comercial.
O jovem líder norte-coreano deve ter tentado coordenar sua estratégia com Xi Jinping, visando a um eventual encontro com o presidente americano, depois do que mantiveram em junho de 2018 em Singapura.
A quarta visita de Kim Jong-Un à China ocorre uma semana depois de fazer uma advertência aos Estados Unidos, em seu discurso de Ano Novo. No pronunciamento, disse que pode mudar de atitude, se Washington mantiver suas sanções econômicas contra Pyongyang, apesar da aproximação diplomática operada desde o ano passado.
China e Rússia consideram que a ONU deveria sugerir a suspensão dessas sanções. No domingo, porém, Trump afirmou que as medidas continuarão em vigor até que haja resultados “muito positivos” sobre a desnuclearização.
Além disso, a visita de Kim Jong-un coincidiu com o segundo dia de conversas em Pequim entre negociadores chineses e americanos, que querem resolver a guerra comercial aberta entre ambas as potências.
O dirigente norte-coreano chegou ao poder no final de 2011, mas nunca havia se reunido com o presidente chinês até março de 2018. Nos últimos anos, as relações entre a Coreia do Norte e a China pioraram, devido ao apoio de Pequim às sanções da ONU contra Pyongyang.
Em 2018, contudo, houve uma excepcional aproximação entre as Coreias, marcada por três reuniões entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, além da histórica cúpula com Trump. Esta última terminou com uma declaração pela “desnuclearização da península”.
Desde então, porém, houve poucos avanços, e as duas capitais não se mostram de acordo sobre o exato significado dessa afirmação.
Ao longo dos anos, Pyongyang realizou seis testes nucleares, além de ter desenvolvido e testado mísseis balísticos que, segundo especialistas, seriam capazes de alcançar o território continental dos Estados Unidos.