Trégua entre Israel e Irã volta a puxar preços do petróleo para baixo

Os preços do petróleo tiveram sua segunda sessão consecutiva de queda nesta terça-feira (24), devido ao cessar-fogo entre Irã e Israel e às declarações do presidente americano, Donald Trump, de que a China poderia continuar se abastecendo com o petróleo iraniano.

O preço do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em agosto, recuou 6,84%, a 67,14 dólares, e voltou ao seu nível do início de junho.

Seu equivalente no mercado americano, West Texas Intermediate, com vencimento no mesmo mês, recuou 6,04%, para 64,37 dólares.

“A China agora pode continuar comprando petróleo do Irã. Tomara que também compre muito dos Estados Unidos”, escreveu Trump em sua plataforma, Truth Social, em uma aparente mudança na política dos Estados Unidos, que até agora vinham tentando frear este intercâmbio.

Isto intensificou a queda dos preços da commodity, que já tinham baixado após o anúncio da entrada em vigor de um cessar-fogo entre Irã e Israel, nesta terça-feira.

Após uma guerra de 12 dias, não são registrados alertas em Israel desde as 04h45 desta terça-feira (horário de Brasília). No Irã, o Exército reportou ataques israelenses pela última vez às 02h30 de Brasília.

Consequentemente, “o prêmio de risco geopolítico acumulado desde o primeiro ataque israelense contra o Irã, há duas semanas, desapareceu por completo”, assinalou Tamas Varga, analista da PVM Energy.

Este prêmio já tinha diminuído na segunda-feira, após a represália moderada de Teerã, que lançou mísseis contra uma base militar americana no Catar, a mais importante do Oriente Médio, em resposta aos ataques americanos lançados no fim de semana passado contra instalações nucleares iranianas.

Trump qualificou esta represália de “muito fraca” e quis “agradecer ao Irã” por ter “advertido” os Estados Unidos “a tempo, o que permitiu que não fossem perdidas vidas nem ninguém se ferisse”.

“As represálias do Irã foram mais simbólicas que reais e não causaram grandes danos”, explicou à AFP Ole Hvalbye, analista da SEB.

Os operadores temiam, sobretudo, o bloqueio do Estreito de Ormuz, passagem estratégica para o abastecimento de petróleo, por onde circula um quinto do fluxo global de ouro negro.

“O Irã ameaçou fechar o Estreito de Ormuz em muitas ocasiões”, mas Teerã “não tem o poder militar necessário para impor um bloqueio completo à rota marítima”, asseguraram analistas da Oxford Economics em nota.

Por outro lado, o bloqueio poderia impedir as exportações de petróleo iraniano, que representam parte importante da receita do país, acrescentaram.

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