31/10/2024 - 13:51
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfatizou que uma trégua com o Hezbollah no Líbano deve garantir a segurança de Israel, ao se reunir nesta quinta-feira (31) com emissários dos EUA que também buscam um cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza.
Para o Estado israelense, a “questão principal” é “garantir a implementação do acordo [de trégua] e impedir qualquer ameaça à sua segurança vinda do Líbano”, disse Netanyahu em um comunicado divulgado por seu gabinete.
O chefe do governo israelense reuniu-se com os enviados dos EUA Amos Hochstein e Brett McGurk, que também conversaram com o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, a menos de uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
A reunião com Gallant se concentrou em “acordos de segurança relacionados ao norte e ao Líbano e esforços para garantir o retorno de 101 reféns ainda mantidos pelo Hamas em Gaza”, disse um comunicado do ministro.
A guerra em Gaza foi desencadeada em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamistas no sul de Israel mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Dos 251 capturados, cerca de 100 permanecem em cativeiro no território palestino governado pelo Hamas, mas 34 foram declarados mortos pelo Exército.
Em resposta, Israel lançou uma campanha que deixou 43.204 mortos na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, que a ONU considera confiáveis.
Em setembro, o conflito se estendeu para o Líbano, onde o Exército israelense intensificou sua ofensiva aérea em 23 de setembro e lançou uma incursão terrestre contra posições do Hezbollah no sul do país apenas uma semana depois.
Além de buscar “medidas para encerrar o conflito em Gaza”, o Departamento de Estado americano indicou que Hochstein e McGurk viajaram a Jerusalém para falar “de uma solução política no Líbano”.
Segundo a rede israelense 12, Israel exige a retirada do Hezbollah do sul do Líbano, a mobilização do Exército libanês na fronteira e um mecanismo internacional que garanta a aplicação do acordo de trégua. Também quer que, em caso de ameaças, Israel conserve sua liberdade de atuar em legítima defesa.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, expressou otimismo na quarta-feira de que uma trégua poderia ser alcançada antes das eleições nos EUA em 5 de novembro.
O novo chefe do Hezbollah, Naim Qasem, disse que aceitaria um cessar-fogo, mas sob certas “condições”, que ele não especificou.
Qasem foi nomeado na terça-feira como o novo líder do grupo político-militar depois que seu antecessor, Hassan Nasrallah, foi morto em um bombardeio israelense em setembro.
O Hezbollah, apoiado pelo Irã, abriu uma frente com Israel em 8 de outubro de 2023, em apoio ao Hamas.
Em Gaza, o movimento islamista reiterou que rejeita qualquer proposta de trégua de curto prazo.
“O Hamas apoia o fim definitivo da guerra, não um fim temporário”, declarou à AFP Taher al Nunu, um alto dirigente do movimento, em referência ao plano apresentado por Estados Unidos e Catar, dois mediadores.
“A ideia de uma trégua temporária na guerra, para depois retomar a agressão, é algo sobre o qual já manifestamos nossa posição”, declarou.
Os mediadores esperavam que uma breve trégua permitisse a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, destruída pelo conflito e sob estrito cerco israelense, e permitisse negociar posteriormente, um cessar-fogo permanente.
O conflito em Gaza também reacendeu a violência na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967.
Quatro palestinos foram mortos entre quarta e quinta-feira em ataques militares israelenses no norte da Cisjordânia, segundo autoridades locais e equipes de resgate.
Em Israel, pelo menos sete pessoas foram mortas na quinta-feira por foguetes disparados do Líbano, segundo autoridades e serviços de resgate.
No Líbano, o Exército israelense pediu na quinta-feira que os residentes de várias áreas do sul fossem evacuados, incluindo o campo de refugiados palestinos de Rashidieh.
Os alertas, geralmente seguidos de bombardeios, constituem um “crime de guerra suplementar”, denunciou o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.
Desde 23 de setembro, pelo menos 1.754 pessoas foram mortas no Líbano, de acordo com um balanço da AFP com base em dados do Ministério da Saúde libanês.
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