Os rendimentos dos Treasuries subiam no fim da tarde desta segunda-feira em meio a um ambiente favorável ao risco, fomentado pela esperança de que a economia da China possa estar voltando aos trilhos após o salto em novos empréstimos e o avanço da inflação no país asiático. Mercado aguarda o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos, que será divulgado na quarta-feira e pode moldar as expectativas sobre os próximos passos da política monetária americana, enquanto segue majoritária a aposta na manutenção da taxa básica de juros americana no encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 19 e 20 de setembro.

No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,999%, ante 4,965% no fim de sexta-feira. A taxa projetada na T-note de 10 anos avançava para 4,281%, ante 4,259% na sexta-feira, enquanto a do T-bond de 30 anos estava em 4,376%, ante 4,333% na mesma base de comparação. As taxas sobem no sentido oposto ao dos preços dos títulos.

Os retornos dos Treasuries de vencimento mais curto chegaram a ganhar mais fôlego no início da tarde após um leilão de T-notes de 3 anos nos Estados Unidos, que segundo a BMO Capital, teve demanda um pouco abaixo da média recente. Após o leilão, o juro da T-note de 2 anos chegou a rondar o patamar de 4,999%.

A probabilidade de manutenção da taxa básica de juros nos Estados Unidos na faixa atual entre 5,25% e 5,50% no encontro de 19 e 20 de setembro era de 93% perto das 16h41 (horário de Brasília), de acordo com a ferramenta FedWatch, compilada pelo CME Group, ante 92% na sexta-feira. Para os encontros seguintes, a plataforma indica relativa divisão entre o cenário de manutenção e pelo menos mais um alta de juros.

Alguns dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ainda preferem pecar pelo excesso no aperto monetário, com a ideia de que podem cortar os juros adiante, segundo matéria do jornalista Nick Timiraos, do The Wall Street Journal. Outros notam riscos mais balanceados e temem que elevar os juros provoque contração econômica, o que poderia ser desnecessário ou disparar uma nova onda de turbulência financeira.