Por pouco, advogado de Lula não provoca seu indiciamento por enriquecimento ilícito (Crédito:Cassiano Rosário/Futura Press)

Cristiano Zanin, o advogado de Lula, se supera a cada dia em suas trapalhadas. Desta vez, ele quase provocou o indiciamento de seu cliente por enriquecimento ilícito. É que no inventário de dona Marisa Letícia, mulher de Lula, falecida em fevereiro de 2017, Zanin incluiu na partilha de bens um investimento que ela tinha no Fundo Imobiliário do Banco do Brasil. No processo de número 1010986-60.2017.826.0564, o advogado do petista escreveu que ela possuía nesse fundo 500 mil quotas, para serem distribuídas na seguinte proporção: 250 mil quotas para Lula e as outras 250 mil para os quatro filhos, Marcos Cláudio, Fábio Luis, Sandro Luis e Luis Cláudio. Se assim fosse, a ex-primeira-dama teria deixado uma herança milionária, em torno de R$ 80 milhões, para a família.

O erro

Segundo a B-3 (a antiga Bovespa), cada quota vale R$ 136,70. Multiplicando esse valor por 500 mil quotas, Marisa teria a bagatela de R$ 67,4 milhões, que somados a outros bens que ela deixou — imóveis, veiculos e dois títulos de previdência que somam R$ 8 milhões — somariam os quase R$ 80 milhões. Ocorre, porém, que Zanin cometeu um gigantesco erro.

Confusão

Com base no documento da B-3, Zanin confundiu vírgulas com pontos. A B-3 falava que dona Marisa tinha 500,000 quotas. Zanin trocou a vírgula por um ponto e transformou 500 em 500 mil. Dias depois, se deu conta da asneira e corrigiu o número. Marisa tinha nesse fundo R$ 680 mil. A fortuna deixada por Marisa foi de R$ 12,8 milhões e não R$ 80 milhões.

Ele quem?

HENRIQUE BARRETO/FUTURA PRESS

O vereador e candidato ao Senado Eduardo Suplicy (PT-SP) estava no meio da multidão no domingo 30 de setembro na Avenida Paulista. Foi avistado por um assessor do senador eleito por São Paulo Major Olímpio (PSL), que, intrigado, perguntou a ele o que fazia ali. “Eu vim para o protesto do #Elenão”, explicou Suplicy. “Mas aqui é do #Elesim”, respondeu o assessor. Suplicy saiu rápido, antes de ser reconhecido por alguém.

Rápidas

* A Justiça Eleitoral organizou em diversos Estados operações junto com as Secretarias de Segurança para garantir tranquilidade às eleições no segundo turno. Acredita que o clima polarizado pode vir a se acentuar.

* Reuniões de trabalho foram feitas com partidos e representantes de candidatos nos Estados em que haverá segundo turno. O principal pedido é para que eventos da campanha sejam comunicados com antecedência.

* Com essas informações, as forças de segurança podem evitar que grupos contrários se encontrem nas ruas caso agendem atos para localidades muito próximas. No caso, aconselha-se mudança de datas, horários ou de lugar.

* O Senado abriu procedimento licitatório para a compra de 418 cadeiras e poltronas para substituir as atuais, que, segundo a Casa, já estão com “elevado tempo de vida útil”. O valor estimado da licitação: R$ 476 mil.

Retrato falado

“O PT plantou o que colheu”

Andressa Anholete

De sua cela na superintendência da Polícia Federal de Curitiba, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha disse a pessoas próximas que se surpreendeu não somente com a votação de Jair Bolsonaro, mas também com a bancada de 52 deputados eleita pelo PSL. Para ele, de acordo com fonte ouvida por ISTOÉ, o grande fator que ajudou Bolsonaro foi justamente a polaridade contra o PT, partido que Cunha passou a combater desde 2015, quando assumiu a presidência da Casa.

Toma lá dá cá

©Reprodução/Jornal Cruzeiro do Sul

MAJOR OLÍMPIO (PSL-SP) O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria, apoia Jair Bolsonaro. Mesmo assim, o senhor apoia o concorrente dele, Márcio França, do PSB.

Bolsonaro está neutro em todos os estados, com exceção daqueles em que o próprio PSL tem candidato. Se nós já vamos destruir o PT nacionalmente, porque não fazer o mesmo com o PSDB começando por São Paulo? Eles são irmãos gêmeos em tudo.

Isso é um primeiro passo para vir a ser candidato a governador?

Um dia serei governador. Como se diz em árabe: “Mactub” (está escrito).

Antes disso, a Presidência do Senado?

Eu me elegi senador com uma votação expressiva, o que me dá condições de lutar por isso. Coloco meu nome à disposição
do partido.

Riscos ao Sistema S

Os responsáveis pelo Sistema S (Sesc, Sesi, Senai, etc) andam preocupados com sinais de risco grave para toda a estrutura. Paulo Guedes, o guru econômico do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, tem defendido em conversas a extinção dos repasses federais para o conjunto que forma o sistema. Segundo um diretor do sistema, esse trabalho de desestruturação do modelo já teria começado. Depois de retirar R$ 200 milhões dos recursos destinados ao Sebrae para criar a Agência Nacional
de Museus, o presidente Michel Temer pretende fazer o mesmo na criação que pretende da Agência Nacional de Turismo. No caso, estuda tirar R$ 600 milhões dos cofres do sistema.

Sem repasses

No fundo, acredita esse diretor, é um caminho que vai se pavimentando para a ideia mais radical de Paulo Guedes: o sistema, se quiser sobreviver, que seja privado. O problema é que assim não se sustenta. E, extinto, pode representar sério risco à alavancagem das pequenas e médias empresas.

Gambiarra eleitoral

Pedro França/Agência Senado

Mensagens de um grupo de whatsapp ao qual ISTOÉ teve acesso mostram que o senador Hélio José (Pros-DF), conhecido por Hélio Gambiarra, que entrou como suplente do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), usou dinheiro público para contratar servidores do seu gabinete para, na verdade, fazer campanha para ele. Hélio tentou uma vaga de deputado federal.

Carro oficial

“A gente entregava santinho. Houve até momentos em que se utilizou o carro do Senado para transportar material de campanha”, admitiu uma ex-integrante do gabinete de José, sob a condição de anonimato. “Fiz a minha parte, fico de cabeça erguida em ter sido fiel ao senador (…)”, diz uma das mensagens de whatsapp.

Adélio e o PCC

Reprodução

Nas investigações do segundo inquérito sobre o atentado sofrido pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro, um fato intriga os investigadores da Polícia Federal. Por que advogados que defendem o PCC se ofereceram para defender de graça Adélio Bispo? ISTOÉ apurou que essa é uma das linhas a serem esclarecidas no segundo inquérito.