O transporte de gás natural liquefeito “será afetado” pela escalada da tensão no Mar Vermelho, alertou nesta terça-feira (16) o primeiro-ministro do Catar, um dos maiores produtores do mundo.

“O gás natural liquefeito (…), assim como todas as outras mercadorias, será afetado” pela “perigosa escalada” no Mar Vermelho, na região costeira do Iêmen, declarou Mohammed ben Abdulrahman Al Thani em um evento no Fórum Econômico Mundial em Davos, nos Alpes suíços.

Nas últimas semanas, os rebeldes huthis do Iêmen intensificaram os ataques a navios mercantes no Mar Vermelho que, segundo eles, estão vinculados a interesses israelenses.

Os rebeldes pró-Irã, que controlam parte do país, incluindo a capital Saná, afirmam agir em solidariedade com os palestinos de Gaza, bombardeada por Israel desde 7 de outubro, no panorama da guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas.

Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido, sob a premissa de garantir liberdade de navegação nesta rota de passagem de 12% do comércio mundial, bombardearam recentemente alvos huthis no Iêmen.

Vários armadores decidiram, devido à situação, evitar a zona – resultando no aumento dos prazos de entrega e nos custos de transporte de mercadorias entre a Ásia e a Europa.

“Há rotas alternativas, mas (…) são menos eficazes que a rota atual”, destacou o primeiro-ministro do Catar.

Ao ser questionado sobre os ataques britânicos e americanos na sexta-feira (12) e sábado (13) contra alvos huthis, Mohammed ben Abdulrahman Al Thani considerou que a estratégia militar “não colocará fim nesta situação, muito menos a conterá”.

“Pelo contrário, acredito que isso levará a uma nova escalada”, disse o líder, que pediu foco na “questão central, que é Gaza”.

csp/saa/avl/zm/ms/aa