Fausto Silva, 73, recebeu hoje o transplante de coração. A informação foi confirmada pelo Hospital Albert Einstein, onde o apresentador está internado desde o início de agosto. Atualmente, mais de 65 mil pessoas aguardam um órgão na fila, segundo dados do Ministério da Saúde. O número é um dos maiores dos últimos 25 anos.

No Brasil, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) que coordena o processo de captação e distribuição dos órgãos doados. O SNT integra secretarias de Saúde de todos os estados e municípios do país em uma estrutura que centraliza a notificação de doações e providencia a logística adequada para que órgãos e tecidos cheguem nas condições adequadas ao receptor.

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De acordo com o Ministério da Saúde, é imprescindível informar à família sobre o desejo. Afinal, no Brasil, a doação só é realizada após autorização de um familiar, mesmo que conste como doador no documento.

Quem pode doar?
Segundo o Ministério da Saúde, pacientes que tiveram parada cardíaca ou morte encefálica constatada. Esta última é entendida como “a morte de fato”, quando se perde as funções encefálicas cerebrais. Nesse caso, a parada cardíaca é inevitável, com a respiração se mantendo apenas com a ajuda de aparelhos.

O que pode ser doado?
Além dos órgãos — rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino —, tecidos como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias também podem ser doados, de acordo com o Ministério da Saúde.

Como é feito o processo?
A família é entrevistada após a confirmação da morte encefálica, para ser informada sobre o processo de doação e solicitar autorização para doar. Caso a resposta seja positiva, uma segunda entrevista é feita: é preciso investigar o histórico clínico do doador e hábitos que poderiam ter levado ao desenvolvimento de doenças e infecções.

Quanto tempo um órgão resiste?
O chamado “tempo de isquemia” define o período entre a interrupção de fluxo sanguíneo do doador para o órgão e o novo aporte de sangue após implante no receptor, isto é, o tempo máximo que cada órgão resiste à falta de circulação e oxigenação sanguínea. Confira o tempo de isquemia de cada órgão, segundo o Ministério da Saúde:

Rim: 48 horas
Fígado e pâncreas: 12 horas
Intestino e pulmão: de 4 a 6 horas
coração: 4 horas