Você já ouviu falar em transplante de fezes (FMT)?  Pode parecer estranho, mas o procedimento de um doador saudável é um tratamento cada vez mais comum para alguém com infecção estomacal. Ele pode ser usado como alternativa para pacientes que não respondem aos antibióticos ou que necessitam reabilitar o equilíbrio da flora intestinal. As informações são da “Women’s Health”.

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Segundo o portal “Olhar Digital”, além das complicações na digestão, cientistas acreditam que os transplantes de matéria fecal podem ser uma das futuras curas para diversas doenças diferentes, entre elas o Alzheimer e o câncer. No geral, o FMT é usado para tratar infecções causadas por Clostridium difficile, ou apenas “C. diff“, uma bactéria que causa condições problemáticas como diarreia, náuseas e febre.

Mesmo após inúmeras rodadas de antibióticos, é possível que alguns pacientes enfrentem o retorno da bactéria. É nesse momento que o transplante de fazes pode ser o salvador, pois ele auxilia organismos que não respondem aos medicamentos.

“O transplante fecal transfere a flora de um indivíduo que tem bactérias boas para passar para o indivíduo que está com a flora danificada”, explica o médico Flavio Steinwurz, presidente da Organização Pan-Americana de Colite e Crohn e membro titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia ao G1.

Como acontece o transplante de fezes

O procedimento é similar ao exame chamado colonoscopia — um exame que usa técnicas da endoscopia para analisar o intestino grosso. Depois de tomar um remédio contra a diarreia e ser sedado, o paciente recebe uma injeção do transplante da amostra fecal no cólon através de um tubo de colonoscopia. Após acordar, o remédio contra a diarreia segura as bactérias saudáveis no organismo, o que aumenta as chances de se proliferarem e auxiliarem o tratamento.

A doação normalmente vem através de familiares ou amigos, mas qualquer um pode realizar.

Os avanços do procedimento

No Brasil, o primeiro transplante de fezes ocorreu em 2014 no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para tratar de colite. Três anos depois, o Hospital das Clínicas da UFMG foi pioneiro em criar um Centro de Transplante de microbiota fecal e manter um banco de fezes, mantido por quatro doadores. Além disso, é possível realizar o procedimento no SUS e em convênios — apesar de ainda não existir uma tabela de preços específica.

O transplante também começa a ser visto como esperança para o tratamento contra o diabetes e doenças neurológicas. Os estudos, porém, ainda estão na fase experimental e não são consenso entre os médicos.