Embora a cabeça raspada tenha conquistado espaço entre as mulheres nos últimos anos, o cabelo ainda é um fator primordial na autoestima feminina da grande maioria. Porém, ter um couro cabeludo saudável e cheio de fios pode ser um desafio para aquelas que têm calvície feminina ou outras condições que desencadeiam queda ou perda parcial ou total das madeixas.

+ Alopecia: tudo sobre a doença que fez Jada Smith perder cabelos

+ Redução de testa: tudo sobre a cirurgia feita pela ex-BBB Thais Braz

O transplante capilar pode ser a solução nesses casos. Diferentemente do mega hair (aplique capilar), o procedimento não alonga os fios. Leonardo Sauer, cirurgião plástico especialista no assunto, da Clínica Facelines, explica: “É uma cirurgia em que os folículos capilares (micro-órgãos que produzem os fios de cabelo) são removidos de uma área do corpo (pode ser cabeça, barba, tronco e/ou membros) e colocados em áreas que possuem calvície ou baixa densidade capilar”.

O procedimento tende a ter indicações comuns, como pacientes com alopecia androgenética (calvície masculina), alopecia causada por traumas e ausência de cabelo de origem congênita. Pode ser realizado em mulheres, mas requer uma investigação mais detalhada sobre a causa da calvície, e costuma ser procurado por esse público com finalidade de redução de testa.

A cirurgia tem média de 6 a 10 horas de duração. Após realizada, alguns cuidados devem ser tomados na primeira semana para ajudar na cicatrização, promover o resultado esperado e evitar traumas na região, como realizar atividade física moderada e em ambiente fechado somente após 10 dias e praticar esportes de contato após 30 dias. “O mesmo período [um mês] vale para banho de mar, cachoeira, rios, lagos e uso de sauna. Além disso, é preciso evitar exposição solar direta por seis meses”, complementa o médico.

Contraindicações

O especialista destaca as contraindicações: “Existe uma série de doenças que causam calvície e alopecia onde a cirurgia de transplante capilar não deve ser indicada. Um exemplo é alopecia areata, uma doença autoimune que causa perda de pelos [e cabelo] e que o tratamento deve ser feito com medicações anti-inflamatórias. E vale lembrar que o tabagismo está associado a um risco aumentado de complicações na área operada”. 

Sauer ainda aponta o papel da saúde emocional. “Um ponto importante é avaliação psicológica, para alinhar a expectativa entre o desejo do paciente e o que é possível entregar de resultado por parte do cirurgião capilar. Pacientes com expectativa fora da realidade não devem ser operados.”

A recomendação adequada depende de consulta médica com especialista (cirurgião plástico ou dermatologista) para uma análise da área calva e da área doadora de folículos. Além disso, assim como para qualquer outra cirurgia, é imprescindível uma avaliação médica geral de saúde com pedido de exames e avaliação do risco cirúrgico.