Segundo o SP Covid-19 Info Tracker, plataforma desenvolvida por cientistas da USP e da Unesp para fazer projeções e monitorar a pandemia em tempo real, ao menos 15 de 22 regiões do Estado apresentam taxa de transmissão (Rt) acima de 1,0. Na prática, isso significa que o vírus está com propagação acelerada.

A piora significativa de indicadores – entre eles, novos diagnósticos, casos suspeitos e internações – já era percebida na Grande São Paulo e na Baixada Santista no início de novembro, segundo os. Pesquisadores.

Pela ferramenta, no entanto, Campinas, Sorocaba e Taubaté passaram a fazer parte do grupo com a situação mais delicada, após os casos ativos da doença subirem mais de 50% em comparação ao início do mês.

“O novo aumento deixou de ser exclusividade de Grande São Paulo e Baixada, passou a respingar nas cidades adjacentes e começa a ganhar forma no interior na última semana”, diz Wallace Casaca, coordenador da ferramenta. “Pelas métricas, é possível dizer que a segunda onda já está caracterizada.”

Nessas regiões, o nível de transmissão também estaria descontrolado, bem acima do limiar de 1, apontam as projeções. Em Campinas, o Rt é de 1,74. Já em Sorocaba e Taubaté estaria ainda pior – de 1,77 e 1,80.

Dados do governo do Estado mostram, ainda, que a ocupação de leitos de UTI subiu para 44,5%, em Campinas, e 63%, em Sorocaba, cidade que já registra hospitais lotados.

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Em Taubaté, o indicador está em 40%. De forma geral, o Estado apresenta menos da metade das vagas intensivas disponíveis (48%).

Ribeirão Preto (Rt 1,96), São José do Rio Preto (1,91) e Presidente Prudente (1,87) também devem ligar o alerta.

Na capital a taxa está em 1,53. “Se continuar assim, a população terá um dezembro muito duro”, diz Casaca.

O avanço da transmissão no interior, sobretudo em 62 cidades, deve ser o foco de reunião desta terça entre o governador João Doria (PSDB) e os prefeitos.

Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, o governo vai sugerir às cidades em situação mais crítica a reforçar a fiscalização do uso de máscara e contra aglomerações, além de apresentar campanhas de conscientização.

A gestão Doria, porém, não deve orientar os prefeitos a adotar medidas mais restritivas do que as previstas pelo Estado. Para ele, a situação mais aguda é no ABC e da Baixada Santista. No interior, a região de Sorocaba também preocupa.

Mais restritivo

O consórcio intermunicipal Grande ABC, que reúne sete cidades no entorno da capital, já informou que adotará medidas até mais restritivas dos que as previstas pelo governo estadual. Teatros e cinemas, por exemplo, serão fechados na região, com exceção de Santo André.

Os prefeitos de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra se reuniram na segunda-feira para analisar a decisão do governo, de passar todo o Estado para a fase 3 (amarela). Ficou prevista também a proibição de eventos de jogos eletrônicos, boliches e serviços de valet nesses municípios. As medidas entram em vigor na quarta-feira.

Além disso, as cidades pretendem restringir piscinas e vestiários de clubes esportivos, além do veto à prática de esportes coletivos nesses locais. Representantes também entrarão em contato com as igrejas para avaliar medidas para esse setor.

“Há preocupação muito grande com a segunda onda e pelo risco de ela ter uma intensidade maior que a primeira. Por isso, estamos prevendo restrições até maiores”, disse o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do consórcio, Gabriel Maranhão (Cidadania). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



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