14 bilhões de reais. Esse é o valor aproximado da fortuna herdada por Athina Onassis. Filha única de Christina Onassis, neta do lendário magnata Aristóteles Onassis, ela recebeu 2,7 bilhões de dólares ainda criança, uma quantia que muitos considerariam suficiente para garantir uma vida perfeita. Mas, aos 40 anos, Athina vive reclusa, distante dos holofotes, afastada de grandes eventos sociais e, segundo pessoas próximas, também das grandes emoções. O que aconteceu?
Para entender sua história, é preciso ir além da cifra. Ela tinha apenas 3 anos quando perdeu a mãe, Christina, encontrada sem vida na banheira de uma casa em Buenos Aires, vítima de um edema pulmonar agudo. Athina virou centro de uma disputa silenciosa entre dois mundos: de um lado, o pai francês, Thierry Roussel, que assumiu sua guarda e a criou na Suíça com a madrasta; do outro, os tutores gregos da herança bilionária da família Onassis, que viam Roussel com desconfiança. Para eles, Athina deveria ser criada como uma verdadeira Onassis, conectada às suas raízes gregas e protegida do suposto oportunismo do pai.
O embate acabou isolando a herdeira, que cresceu entre o dinheiro de um império e o distanciamento da própria origem. Solidão típica de quem herda mais patrimônio do que presença. Cresceu longe do Brasil, mas acabou sendo atraída para cá por amor.
Amazona reconhecida por seu talento e paixão por cavalos, foi no circuito equestre europeu que ela conheceu, em 2003, o cavaleiro brasileiro Álvaro de Miranda Neto, o famoso Doda Miranda. O romance com o atleta olímpico foi intenso. Pouco tempo depois, Athina se mudou para São Paulo, comprou um duplex com vista para o Parque Ibirapuera e passou a dividir sua rotina entre o Brasil e a Europa. Em 2005, o casal oficializou a união em uma cerimônia luxuosa e com presença de vários famosos. Por mais de uma década, Athina parecia viver um raro momento de estabilidade: competia, sorria, vivia um amor. Mas bastidores nem sempre combinam com aparências.
Em novembro de 2012, Athina sofreu um aborto espontâneo. A perda abalou profundamente a herdeira, que na época ainda era casada com Doda Miranda. Quatro anos depois, em 2016, veio a ruptura definitiva: ela pediu o divórcio. Rumores de que teria sido traída pelo marido começaram a circular tanto no Brasil quanto na imprensa internacional. É importante destacar que Doda sempre negou essas informações.
Com o fim da relação, Athina deixou o Brasil. Passou a viver primeiro na Bélgica, depois na Holanda, adotando uma rotina discreta e silenciosa. Nunca mais voltou a viver como antes.
Doda seguiu em frente. Presente nas redes sociais, onde compartilha alguns vídeos e fotos, no ano seguinte à separação, em 2018, se casou com a belíssima Denize Severo, publicitária e repórter do programa Amaury Jr., com quem teve dois filhos: Dodinha e Giulia. Hoje, ele comanda uma empresa voltada à criação e treinamento de cavalos, além de atuar em parcerias de implantação de haras em empreendimentos imobiliários.
Já Athina aparece pouco. Uma das raras exceções aconteceu recentemente, no baile promovido por Sofia Coppola em Paris, marcando a abertura da semana de alta-costura. Um evento curioso por seu propósito: estimular o distanciamento das redes sociais. Algo que, para Athina, está longe de ser um problema. Seus perfis seguem privados e sua vida, cada vez mais longe dos holofotes.
Mas por que tudo isso nos toca?
Porque existe um dilema escondido aqui: o da ilusão de que dinheiro basta. Que fortuna protege. Que herança resolve. Quantas vezes você já ouviu que “com dinheiro tudo se ajeita”? Pois Athina teve tudo o que o mundo aplaude: luxo, fama, cavalos premiados, um casamento badalado, uma árvore genealógica poderosa. Ainda assim, colecionou perdas, decepções e silêncios profundos.
Ter muito não garante ser notado como se espera e nem amado como precisa. O que deixa claro que existem feridas que não cicatrizam com cifras.
Dinheiro, sem dúvidas, é ferramenta. Mas não é alicerce.
E Athina, com todos os seus bilhões, talvez seja um dos rostos mais emblemáticos desse famoso dilema.
Sabe o que penso? É que, no fim, o que vale mesmo é o que nem sempre dá para contabilizar: uma vida com afetos reais, com a presença de quem a gente ama, com propósito e sobretudo com paz. Talvez seja isso que todos nós estejamos buscando. Cada um do seu jeito. No seu tempo. Inclusive ela.