O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), marcou uma agenda para a manhã de quinta-feira, 26, com o objetivo de consolidar o movimento de “voto útil” que tem municiado seu crescimento nas pesquisas de intenção de voto para o cargo e desfalcado os palanques de adversários.

Ao invocar a ideia de ter “um democrata no segundo turno” — o bolsonarista Bruno Engler (PL) tem alternado posições com o prefeito nas pesquisas –, a campanha espera ter no ato a oficialização de apoios de lideranças de PV e Rede Sustentabilidade, que integram a coligação de Rogério Correia (PT), à reeleição de Fuad.

+Marçal defende clima agressivo em campanha eleitoral e diz sentir orgulho de ter sido expulso de debate

Desidratação de petista

No PV, quem puxou o movimento foi o deputado estadual Mário Henrique Caixa, principal liderança da sigla em Belo Horizonte, que gravou até material de propaganda para o prefeito. Além de político, ele é locutor esportivo da Rádio Itatiaia e compartilha com Fuad o empresário Rubens Menin, proprietário da emissora, como um dos principais financiadores de suas empreitadas eleitorais.

Um integrante da campanha do prefeito relatou ao site IstoÉ que a deputada estadual Lohanna França deve ser outra liderança do PV a tornar público seu apoio à reeleição do pessedista. França foi a parlamentar mais votada da legenda no estado em 2022. O presidente estadual do partido, Osvander Valadão, também deve participar do ato.

Na Rede, que também integra a coligação de Correia, Paulo Lamac não apenas apoia Fuad, como trabalha na coordenação de campanha do prefeito. Vice-prefeito da capital mineira durante o primeiro mandato de Alexandre Kalil (Republicanos), de 2017 a 2020, Lamac foi sucedido no posto justamente pelo atual mandatário, que foi vice de Kalil antes de assumir a cadeira com sua renúncia para disputar o governo do estado.

Em áudio enviado ao site IstoÉ, Correia minimizou as dissidências. “É sabido que o PV e setores da Rede estão desde o início com o atual prefeito. Mas um Patrus Ananias, que foi prefeito de Belo Horizonte [entre 1993 e 1997, e apoia o petista], vale mais do que 10 PVs”, afirmou o candidato.

“O que existe agora é um factoide, porque há um desespero na campanha do prefeito, uma queda nas pesquisas”, concluiu Correia. Nos levantamentos de Quaest e Datafolha, Fuad ganhou intenções de voto nas últimas semanas.

Emedebista na mira

Na terça-feira, 24, políticos do PSB participaram de agenda de Fuad e assinaram uma carta em apoio a sua reeleição, desfalcando a candidatura de Gabriel Azevedo (MDB), que chegou a 14,4% na pesquisa AtlasIntel do início da semana, mas tem variado entre 2 e 3% nos mapeamentos de outros institutos. Paulo Brant, candidato a vice do emedebista, é do PSB.

Ex-presidentes do diretório mineiro do partido, Waldo Silva e Mário Assad Júnior são dois dos dissidentes. Na agenda em que recebeu os apoios, Fuad associou o embarque dos políticos à administração de Márcio Lacerda, que foi prefeito de Belo Horizonte entre 2009 e 2016 pela sigla.

Um dos adversários que faz mais críticas à gestão do prefeito, Azevedo afirmou em nota enviada ao site IstoÉ que “falta Fuad posar ao lado dos empresários de ônibus que deram dinheiro para a sua campanha, e explicar porque não rompeu contrato com as empresas de ônibus”. Os contratos para operação de transporte na capital mineira são um dos principais pontos de contestações à administração do incumbente, como o próprio reconheceu em propaganda eleitoral.

As dissidências reforçam a estratégia de campanha do prefeito, que busca votos na centro-esquerda, como relatou Paulo Vasconcelos, seu marqueteiro, ao site IstoÉ. A recuperação do prefeito nas pesquisas se deu justamente após a desidratação ou estagnação dos candidatos do campo — Duda Salabert (PDT), Correia e Azevedo.