13Hugo Rafael Chávez Frias (1954-2013), o controvertido líder que agitou a América Latina nas últimas décadas, entrou para a história mais por teimosia do que por vocação. Sua primeira tentativa de chegar ao poder foi por meio de um golpe de estado, em 1992, que durou poucas horas e terminou com ele preso. Mas a obstinação do militar que defendia a “Revolução Bolivariana” resultou na sua vitória em três eleições e num referendo popular. Assim, ele se manteve à frente do governo venezuelano por 14 anos. Seguindo a cartilha socialista, Chávez conseguiu reduzir a pobreza a partir de programas de inclusão social e transferência de renda, sempre sustentados pelas divisas do petróleo, a maior fonte de riqueza da Venezuela.

Ousado em suas provocações contra os Estados Unidos, Chávez tentou construir uma imagem heroica que foi desmontada por seus próprios atos. Seu legado é um país hoje em ruínas.

Pois um novo retrato do ex-presidente surge na série “Hugo Chávez: O Comandante”, em exibição pelo canal pago TNT desde a segunda-feira 6. São 60 capítulos que contam a trajetória de Chávez a partir da infância, quando ele
foi abandonado pelos pais. Em termos de produção, está longe de ser um programa imperdível. Seu interesse reside na abordagem do protagonista. Na tela, quem vive Chávez é o ator Andrés Parra, que interpretou Pablo Escobar em “O Patrão do Mal”.

 AÇÃO Cena em que as tropas se movimentam nas ruas de Caracas: filmagens foram feitas na vizinha Colômbia
AÇÃO Cena em que as tropas se movimentam nas ruas de Caracas:
filmagens foram feitas na vizinha Colômbia

INSEGURO
Nos primeiros episódios, o Chávez que ele interpreta ainda é quieto: um militar que engana seus subordinados ao afirmar que irão participar de um treinamento quando na verdade estão invadindo o palácio presidencial. “O Comandante” retrata Chávez como estrategista fraco e inseguro — o que explica a proibição da série por parte do governo de Nicolas Maduro, seu sucessor.As filmagens foram na Colômbia e os venezuelanos só podem assistir em cópias piratas. É a tragédia bolivariana.


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