O traficante de drogas conhecido como “Matamba”, que pertencia ao Clã do Golfo e fugiu em março de uma prisão colombiana, enquanto a Justiça avaliava sua extradição aos Estados Unidos, foi morto pela polícia do país sul-americano, informou Bogotá nesta quinta-feira (26).

“Foi neutralizado Juan Larinson Castro Estupiñán, vulgo ‘Matamba’, ex-líder do ‘Clã do Golfo’ e um dos criminosos mais procurados do país”, anunciou no Twitter o presidente da Colômbia, Iván Duque.

Minutos depois, o ministro da Defesa, Diego Molano, detalhou que criminoso foi “abatido em confronto” durante uma operação da polícia e do Ministério Público no município de Bolívar, no norte do país.

Considerado o elo de ligação do Clã com o cartel mexicano de Sinaloa Nova Geração no Pacífico colombiano, Matamba fugiu de uma prisão em Bogotá em 18 de março, supostamente com a cumplicidade da guarda penitenciária.

Ele fugiu da prisão de La Picota vestindo um uniforme de guarda e graças à colaboração de um carcereiro, que deixou aberta a porta de sua cela.

O guarda acabou preso e outros 55 carcereiros foram suspensos, assim como o diretor e o subdiretor da prisão. Os Estados Unidos também pediram a extradição dos envolvidos.

Após ter acesso aos vídeos da fuga, a advogada do narcotraficante alegou que o homem que aparece nas imagens não era o seu cliente. Segundo a defesa, Matamba não fugiu, mas desapareceu no interior da prisão enquanto negociava um acordo de delação premiada com a Justiça americana em troca de informações sobre rotas do tráfico.

Na Colômbia, Matamba era acusado de associação criminosa com fins de homicídio, extorsão e porte ilegal de armas. Ele se declarou inocente, segundo a defesa.

Matamba fez parte da guerrilha comunista antes de trocar de lado e se juntar aos paramilitares de extrema-direita, arqui-inimigos dos insurgentes.

Depois de negociar com Otoniel, o antigo líder do Clã do Golfo que foi extraditado aos Estados Unidos no início deste mês, Matamba assumiu o comando de um grupo de 200 homens dentro da organização criminosa, segundo as autoridades.

Em represália à extradição de Otoniel, o grupo que comandava deu uma demonstração de força em seu reduto no noroeste da Colômbia ao impor uma “paralisação armada” no início deste mês, a poucas semanas das eleições presidenciais de 29 de maio.