Dois tradutores dos clássicos se juntaram na noite desta quinta-feira, 27, em Paraty, para discutir seus novos trabalhos. Frederico Lourenço, português e professor da Universidade de Coimbra, veio ao Brasil lançar o primeiro volume da sua nova versão da Bíblia, traduzida diretamente do grego, pela Companhia das Letras.

Guilherme Gontijo Flores, brasileiro e professor da Universidade Federal do Paraná, publicou a tradução dos fragmentos poéticos de Safo, pela editora 34. O mediador Ángel Gurría-Quintana brincou que na mesa seriam definidos “amor, ódio, história da literatura… e se ainda sobrar um tempinho, Deus”.

Lourenço definiu seu novo projeto (depois de traduzir diferentes autores clássicos, de Homero à própria Safo) como o mais “apaixonante” de sua vida. “A novidade é sobretudo não ser uma Bíblia teológica, mas sim crítica e histórica”, disse. Ele comentou que “mudou a chave” em relação aos outros textos literários. “Faz parte do meu projeto de apresentar uma tradução da Bíblia tão isenta quanto possível e simultaneamente tão literal quanto possível. Muitas vezes quando consultava as traduções antigas, perguntava a mim mesmo por que eles traduziram tão afastados do texto grego.”

Gontijo justificou sua nova tradução de Safo, agora a terceira completa no Brasil. “Não havia nenhuma tradução que tentasse aliar filologia, rigor da leitura, com a poesia que se pretendesse poética mesmo”, comparou. “Tentei recusar a polaridade, mas fazer as duas coisas.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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