Centenas de fiéis hindus impediram neste domingo o acesso de um grupo de mulheres a um dos principais templos do sul da Índia, que está no centro de uma batalha há várias semanas que opõe os tradicionalistas e os defensores da igualdade entre os sexos.
As mulheres tentaram entrar no templo de Sabarimala, no estado de Kerala (sudoeste da Índia) depois que a Corte Suprema revogou em setembro a proibição de entrada no santuário das mulheres em idade fértil, ou seja, entre 10 e 50 anos.
A tensão aumentou este fim de semana quando 11 mulheres chegaram ao vilarejo de Pamba, ao pé da colina que leva ao templo, no qual é possível entrar após uma caminhada de quatro horas.
Centenas de fiéis procedentes de todas as partes da Índia, incluindo mulheres, se reuniram para impedir a tentativa.
A polícia organizou conversas entre as duas partes, mas não conseguiu acabar com o confronto. Diante do aumento de fluxo por parte dos manifestantes tradicionalistas, as forças de segurança decidiram afastar as mulheres, que foram levadas para um ponto distante 20 quilômetros.
De acordo com a imprensa local, as mulheres foram vaiadas quando deixavam a região.
“A polícia não foi capaz de garantir a segurança do nosso trajeto até o templo. Felizmente saímos deste local”, afirmou uma das mulheres aos jornalistas.
Ela disse que outro grupo de mulheres está tentando chegar a Pamba.
Vários grupos, entre eles o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (PJP) do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, são contrários à decisão da Corte Suprema. Alguns recursos contra a medida serão examinados pelo tribunal a partir de 22 de janeiro.
Em outubro, confrontos sobre o tema provocaram a detenção de quase 2.000 pessoas.