A chegada dos primeiros casos confirmados do novo coronavírus no Brasil mudou a rotina de diversas empresas e inúmeros profissionais nas mais variadas áreas em todo o País.

Entre as medidas tomadas para que as pessoas evitem sair às ruas, a prática do home office tem sido adotada com uma boa saída para tentar manter a produtividade profissional.

Trabalhadores entrevistados pela ISTOÉ contaram como tem sido a mudança de rotina ‘forçada’.

“Estou trabalhando mais do que no escritório. Meus clientes parecem que estão mais preocupados que o normal. Fazemos várias calls [ligações] durante o dia e por não ter quebra de sair de casa está me parecendo mais exaustivo, mas pelo menos consigo deitar uns 15 minutos na hora do almoço”, afirmou Rafaela Bravim, analista de BI [inteligência de dados] de uma agência de publicidade.

Já para Bruno Fett, analista de segurança da informação de uma empresa de alimentos, o home office tem sido bastante eficiente e produtivo. “Para mim está sendo ótimo. Eu não preciso estar fisicamente na empresa e produzo muito mais aqui. Mais concentrado, faço meu horário. Bem mais tranquilo.”

Essa é a mesma opinião de Lorene Tiango, agente de viagens em uma agência de turismo. “O rendimento em casa ficou muito melhor do que no escritório. Consigo dar mais atenção aos deveres, uma vez que não tem barulho em volta como distração. Além de ter menos desgaste físico e psicológico. Eu levava 1 hora para ir ao trabalho e 2 horas para voltar para casa, então acabei ganhando cerca de 3 horas para fazer minhas coisas pessoais.”

Por outro lado, a nova rotina não está sendo tão produtiva para uma das fontes ouvidas na reportagem que preferiu não ter seu nome revelado. “Basicamente o que acontece é que a empresa, pensando obviamente no bem estar de geral, mandou todo mundo para fazer home office, porém sem ter processos adaptados para isso. O trabalho no dia a dia flui, mas acredito que, muito por conta da distância física, as pessoas ficam inseguras com qualquer coisa e não me deixam trabalhar em paz”, afirmou ela que atua como gerente de contas em uma agência de marketing.

A falta de concentração também tem sido uma das grandes dificuldades de Laura Ferreira, coordenadora comercial no seguimento de medicina ocupacional. “Para mim ficou complicado por causa da concentração mesmo. Estou com filho em casa porque cancelaram as aulas e minha avó idosa está em quarentena, então acaba tendo barulho e outras coisas que piora a concentração. Além disso, eu falo muito com cliente pelo telefone, o que acaba sendo ainda mais prejudicial.”