O trabalho remoto avançou entre o funcionalismo público em junho, mas diminuiu no setor privado, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em meio à flexibilização das medidas de isolamento social no combate à disseminação do novo coronavírus, o total de pessoas em trabalho remoto no setor privado caiu de 5,931 milhões em maio para 5,707 milhões em junho, 224 mil trabalhadores a menos. Já no setor público, o trabalho remoto alcançava 2,778 milhões de pessoas em maio, subindo a 2,987 milhões em junho, 209 mil servidores a mais atuando à distância.

O levantamento tem como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o Ipea, 20,889 milhões de trabalhadores ocupados no País teriam potencial de atuar por teletrabalho: 71,7% estão no setor privado, o equivalente a 14,977 milhões de pessoas, enquanto os demais 28,3% atuam no setor público, 5,912 milhões de servidores.

Em junho, a fatia de funcionários públicos com potencial para desempenhar suas funções via trabalho remoto alcançava 50,7% do total de servidores, enquanto, no setor privado, os trabalhadores com potencial de teletrabalho representavam apenas 18,6% dos ocupados. Em junho, 24,7% dos trabalhadores do setor público estavam trabalhando de forma remota, 1,9 ponto porcentual acima do estimado em maio. No setor privado, a fatia de pessoas em teletrabalho desceu de 8,2% em maio para 8,0% em junho.

“Observando o teletrabalho no nível da Unidade da Federação, tem-se alguns casos de ampliação da porcentagem de pessoas ocupadas, não afastadas, trabalhando de forma remota, como Distrito Federal, Rio Grande do Norte e Sergipe. Outros Estados, como Amazonas, Alagoas e Amapá, reduziram a porcentagem de pessoas em home office, levando a perdas de posições no ranking do trabalho remoto dos Estados”, ressaltaram os autores do estudo, feito em parceria pelos pesquisadores Geraldo Góes e Felipe Martins, do Ipea, e José Antônio Sena, do IBGE.

O levantamento mostra ainda que a maioria dos trabalhadores na ativa remotamente é mulher, tem entre 30 a 39 anos, de cor branca e com nível superior de instrução.