Trabalhar não bastou para vencer a crise. O posto de gasolina onde está a placa rústica com a frase “não fale em crise, trabalhe”, que inspirou o presidente em exercício, Michel Temer, em seu discurso de posse na quinta-feira (12) fechou. O lugar no quilômetro 68 da rodovia, em Mairinque, no sentido interior de São Paulo, começou a perder, nos anos 1990, a clientela.

O posto fica a meio caminho entre a capital e a cidade de Tietê, terra natal de Michel Temer. Algumas pessoas que trabalham ali disseram que a placa foi colocada pelos donos de uma loja de móveis rústicos existente no bairro Catarina. Outros garantem que foram os donos do posto Doninha, há cinco ou seis anos, antes da desativação.

Os antigos proprietários, que mantinham o posto havia mais de 40 anos, perderam a clientela depois que a rodovia entrou no Programa de Concessões Rodoviárias do governo do Estado, na década de 1990. O acesso ao posto foi interditado várias vezes pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). O caso chegou a ser discutido na justiça. Com a queda no movimento, os proprietários desativaram as bombas. O local, onde ainda funciona uma borracharia e uma lanchonete, virou ponto de parada de caminhoneiros.

Temer chegou a comentar ter visto a placa em suas viagens para o interior paulista. “Nós não podemos mais falar em crise. Trabalharemos”, afirmou no discurso. Ele revelou a intenção de espalhar essa frase pelo Brasil. “Aqui não deu certo, por mais que o pessoal do posto trabalhasse, o governo trabalhou contra, fizeram de tudo para atrapalhar”, disse João Cruz morador do bairro Catarina. Segundo ele, no passado, o Doninha foi um dos pontos mais movimentados da Castelo. “A churrascaria era tão boa que o pessoal de Sorocaba e São Paulo vinha almoçar aqui.” Agora, diz, o Doninha é conhecido como o “posto fantasma.” Os donos do posto não foram localizados.

Fazenda – Ainda no interior de São Paulo, os integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) que desde a segunda-feira ocupam a fazenda Esmeralda, em Duartina, estão usando tratores da propriedade para retirar o pasto e fazer o plantio de grãos e mudas.

A fazenda Esmeralda pertence ao coronel da reserva da Polícia Militar João Baptista de Lima Junior, amigo de Michel Temer. O MST alega indícios de que a propriedade tem Temer como sócio oculto, o que já foi negado pelo agora presidente da República em exercício. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.