O devoto da cloroquina passou seus primeiros mil dias de governo com uma agenda única: promover um autogolpe e instituir uma ditadura militar, com oficiais de pijama e ‘blindados’ caindo aos pedaços, fumegando sem parar.

No meio do caminho, surgiu uma outra atividade que o amigão do Queiroz encarou com igual afinco e fervor: auxiliar o novo coronavírus a contaminar e matar o máximo de brasileiros que fosse possível. Já conseguiram 600 mil mortos.

Em meio a tudo isso, o Brasil assistiu ao dólar explodir como o vulcão na Espanha e carregar consigo os preços, trazendo de volta uma inflação de dois dígitos, afugentando de uma vez o investidor, produzindo 15 milhões de desempregados.

ABATIDO EM VOO

Após o ápice frustrado de 7 de setembro, o homicida golpista teve de enfiar o rabo entre as pernas e, humildemente, baixar as orelhas para Temer e Moraes, que o humilharam sem dó nem piedade, e esquecer o sonho do golpe.

Paralelamente – de forma atrasada, ineficiente e negacionista! – seu ‘desgoverno do mal’ foi obrigado a se mexer e a começar a vacinar a população. Hoje, não temos nem sequer 40% da sociedade completamente vacinada.

Ainda assim, com a pandemia sob relativo controle, a despeito de toda a sabotagem oficial, o combate à COVID-19 se tornou imprescindível para a continuidade do governo, e o mito teve de, mais uma vez, botar a bola murcha no chão.

NOVA AGENDA

Não tendo mais o que fazer na vida, já que, ao menos por ora, não poderá continuar a pregar golpe de Estado nem atuar de forma ainda mais veemente em favor do vírus, Bolsonaro ficou sem assunto e partiu para a luta.

Como não gosta nem sabe governar, e como não tem a mais remota ideia de suas inúmeras responsabilidades, o maníaco do tratamento precoce antecipou a campanha eleitoral e agora se dedicará, ilegalmente!!, a isso.

O leitor deve estar se perguntando: ‘pô, o cara passou três anos pregando golpe e doença, e passará o último ano de mandato fazendo campanha. O País está destruído! Bolsonaro terá alguma chance em 2022’?

Afirmo sem medo de errar: não. Não tem! E só não dá para comemorar porque o traste que – ao menos é o que tudo indica – irá sucedê-lo, não é muito melhor. Digo, não é muito menos pior. Haja reza brava para outro nome.