Trabalhadores da Indonésia relatam ter sido atraídos por falsas promessas e forçados a atuar como golpistas online para empresas fraudulentas que faturam bilhões por ano.
Nas mídias sociais, eles atraíam e induziam as pessoas a investir em site de comércio fictício. Quem não conseguisse gerar 10 mil dólares por mês era punido – espancado com objetos de metal ou eletrocutado, dizem os libertados.
Susi (*nome alterado) se candidatou a uma vaga de atendimento ao cliente em uma empresa de logística supostamente baseada na Tailândia. Mas, após chegar ao país, ela foi levada para a cidade fronteiriça de Myawaddy, em Mianmar.
“Estávamos sendo escoltados por soldados. Foi então que comecei a pensar: (…) Estou sendo vendida? Vou ser morta? Eles vão vender meus órgãos?’”, relata Susi.
A indústria golpista é administrada, sobretudo, por gangues chinesas que usam serviços da Tailândia.
Autoridades tailandesas cortaram a energia, a internet e o combustível para a área. Mas, segundo estimativas, mais de 500 indonésios ainda estariam retidos. Com Mianmar em meio a uma guerra civil contínua, a aplicação da lei no país é esporádica e ineficaz.