O comitê do salário mínimo para a indústria têxtil de Blangadesh aumentou, nesta terça-feira (7), o salário mensal dos quatro milhões de trabalhadores do setor em 56,25% para 12.500 takas (113 dólares ou 553 reais), um valor rejeitado de imediato pelos sindicatos.

“O novo salário mensal para os trabalhadores das fábricas de confecção foi fixado em 12.500 takas. Se tornará efetivo a partir de dezembro”, disse à AFP Raisha Afroz, secretária desse comitê designado pelo governo.

Mas o aumento foi considerado insuficiente pela Federação dos Trabalhadores Industriais e da Confecção de Bangladesh (BGIWF).

“É inaceitável, não corresponde às nossas expectativas”, disse Kalpona Akter, presidente da BGIWF, que acredita que o salário mínimo deveria ser aumentado a pelo menos 15.000 takas.

Após o anúncio, centenas de trabalhadores têxteis concentraram-se perto do ministério do Trabalho no centro de Daca, a capital.

“Eles zombam dos trabalhadores. É óbvio que o governo e os proprietários olharam apenas os seus próprios interesses, ignorando o custo de vida dos trabalhadores”, denunciou na manifestação Taslima Akter, uma líder sindical.

Os trabalhadores têxteis, que protestam há duas semanas, exigem, praticamente, o triplo do salário mínimo mensal, atualmente de 8.300 takas (75 dólares ou 367 reais) para 23.000 takas (208 dólares ou 1.019 reais).

Segundo a polícia, cerca de 600 fábricas têxteis foram fechadas e dezenas foram saqueadas na semana passada durante os maiores protestos salariais do país na última década.

O setor têxtil é crucial para Blangadesh, o segundo maior exportador mundial de roupas, depois da China.

Suas aproximadamente 3.500 fábricas têxteis, que empregam quatro milhões de trabalhadores, em sua maioria mulheres, representam 85% dos 55 bilhões de dólares em exportações anuais do país.

Também abastecem marcas e distribuidores ocidentais, como Gap, Hugo Boss, Adidas, H&M, o grupo Inditex (Zara), Puma e Levi’s.

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