Vestindo seus uniformes verdes e brancos, os trabalhadores do sistema de saúde se manifestaram nesta segunda-feira em frente a vários hospitais de Madri para exigir mais recursos na região, a mais atingida pelo coronavírus na Espanha.

Sob o lema “Necessidades sanitárias”, enfermeiros e médicos fizeram dois minutos de silêncio às portas de vários hospitais da capital espanhola, enquanto levantavam faixas com frases como “Quem se importa com quem se importa conosco?” ou “Não somos heróis ou kamikazes, precisamos de material de proteção de verdade”.

O objetivo é que a população saiba “da situação que temos agora, a precariedade no trabalho que estamos sofrendo todo esse tempo, o que a COVID-19 fez foi pronunciar a situação que já tínhamos anteriormente”, disse Silvia García à AFP, enfermeira da equipe de ressuscitação do hospital Gregorio Marañón.

“Devem nos dar as ferramentas para cuidar, devem dar saúde justa e pública para todos, garantir descanso e garantir medidas de proteção para realizar nossa atividade profissional nas melhores condições”, reivindicou Víctor Aparicio, enfermeiro de terapia intensiva do mesmo hospital.

Os funcionários da saúde, que dizem estar esgotados, se queixam principalmente da falta de efetivo e de material de proteção contra a COVID-19, que atingiu Madri, onde foi registrado um terço dos casos e mortes, e cujo sistema de saúde chegou à beira do colapso no auge da epidemia.

Além disso, eles pedem que sejam mantidos os empregos de cerca de 10.000 soldados que Madri contratou para enfrentar a pandemia e que as autoridades regionais ofereceram garantir apenas até o final do ano.

Na Espanha, que teve mais de 26.800 mortes e 235.400 casos confirmados, os trabalhadores do sistema de saúde sofreram uma alta incidência de infecções.