Tortura escancarada
Os assassinatos de Vladimir Herzog e Fiel Filho nos porões da ditadura deram início à implosão do regime militar

FALSO SUICÍDIO - Levado para um depoimento, Herzog morreu após ser torturado pelo Estado
Brasil/Ditadura 1976
A documentarista Paula Sacchetta fez questão de colocar a foto do jornalista Vladimir Herzog morto nos porões do DOI-Codi em seu documentário “Verdade 12.528”, de 2013. O filme faz um paralelo entre as descobertas da Comissão Nacional da Verdade, criada para investigar os crimes do regime militar, e os assassinatos impunes dos anos recentes. “A plateia fica chocada toda vez que essa imagem é exibida, especialmenteos mais jovens”, diz Paula, 28 anos. “Ninguém tem noção do que aconteceu porque não conhecem História: uma realidade que precisa ser lembrada e relembrada para gerar indignação e mudança.”
ISTOÉ nasceu reportando a morte do metalúrgico Manuel Fiel Filho, também assassinado pela máquina de repressão do Estado, em 1976, três meses após o assassinato de Herzog. A morte do jornalista gerou protestos históricos, como a missa na Catedral da Sé, que reuniu oito mil pessoas num ato ecumênico comandado pelo então cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, pelo rabino da Confederação Israelita Paulista, Henry Sobel, e pelo reverendo presbiteriano Jaime Wright. Celebrada uma semana depois do assassinato, foi um ato de desafio da sociedade ao regime militar.
Reviravolta política
Após os protestos pela morte de Herzog, o presidente Ernesto Geisel deixou claro que não admitiria mais a violência extrema. Assim, quando as notícias da morte de Fiel Filho vieram a público, Geisel exonerou o general Ednardo D’Ávila Melo, comandante do II Exército. Mais do que um assunto de caserna, o episódio marcava, como mostrou ISTOÉ, uma reviravolta na política brasileira. A partir dali, o governo enquadraria as torturas e a repressão para garantir sua sobrevida. “Foi um capítulo importante para a retomada da democracia, mas ele está longe de ser uma página virada do passado”, afirma Paula. “O fato de ainda termos, em 2013, um pedreiro [Amarildo Souza] desaparecido, torturado, morto por autoridades do Estado e o caso continuar sem solução é muito assustador”, diz Paula.

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