Tornozeleira de Silvinei Vasques é encontrada em rodoviária na fronteira com Paraguai

Condenado a 24 anos, ex-diretor da PRF foi preso em aeroporto no Paraguai usando identidade falsa

Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques
Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques Foto: Pedro França/Agência Senado

A polícia do Paraguai informou que a tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques foi encontrada na rodoviária de Cidade do Leste, na fronteira do Brasil com o Paraguai, na madrugada desta segunda-feira, 29. O dispositivo foi identificado após um cooperação com as autoridades brasileiras.

Segundo a RPC, emissora filiada à TV Globo, a tornozeleira foi identificada por agentes da 3ª Delegacia do bairro Obrero, na cidade paraguaia. O dispositivo estava homologado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e foi registrado em nome de uma empresa brasileira de tecnologia.

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O ex-diretor da PRF foi preso no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, capital do Paraguai, de dia 25 de dezembro e expulso do país por não declarar sua entrada e ter um mandado de prisão aberto no Brasil, após condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de 24 anos por tentativa de golpe de Estado. Segundo a decisão, ele atuou para monitorar autoridades e dificultar a votação de eleitores, especialmente no Nordeste.

Ao tentar fugir do Brasil, o Silvinei rompeu a tornozeleira e foi detido no Paraguai ao tentar embarcar para El Salvador com documentos falsos.

O ex-PRF usou u a identidade de Julio Eduardo e chegou a apresentar à polícia paraguaia uma declaração na qual afirmava que tinha câncer na cabeça e não podia falar.

De acordo com o diretor de Migrações do Paraguai, Jorge Kronawetter, o omparativo de fotos, numeração e impressões digitais auxiliou na confirmação de que Silvinei não era a mesma pessoa apresentada no documento.

Durante a abordagem, Silvinei acabou confessando que os documentos não eram dele.

Silvinei Vasques foi preso na sexta-feira, 26, no Paraguai após tentar embarcar em um voo para a América Central. Ele foi abordado pelas autoridades paraguaias quando tentava deixar o Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi portando um passaporte falso. Para burlar as autoridades, o ex-chefe da PRF apresentou um documento de um cidadão paraguaio, com o nome de Julio Eduardo Fernandez. Ele ainda entregou uma carta apontando ter doença grave e dizendo não falar e nem ouvir.

De acordo com a PF, Silvinei começou a preparar a fuga na noite do dia 24 de dezembro. Ele alugou um carro hatch e voltou para casa para dar andamento ao plano. Às 19h06, começou a colocar mochilas no porta-malas do carro. Na sequência, colocou tapetes higiênicos e ração no banco de trás do veículo. Em seguida, embarcou seu cachorro e seguiu rumo ao Paraguai.

Condenação no STF

Silvinei Vasques foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão por participação na trama golpista. A condenação foi chancelada na última semana pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele, no entanto, aguardava a análise dos recursos em liberdade. O ex-comandante da PRF chegou a ser preso em 2023, mas foi solto mediante o cumprimento de medidas cautelares.

Silvinei é acusado de organizar uma operação de blitz na PRF para áreas desfavoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O intuito era impedir que eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguissem votar no segundo turno das eleições de 2022. Ele já tinha sido condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) pelo mesmo motivo.