O Juizado do Torcedor e Grandes Eventos (JTGE) de Porto Alegre suspendeu preventivamente por 180 dias as torcidas organizadas Camisa 12, do Corinthians, e Nação Independente, do Internacional, por brigas envolvendo seus membros e tumultos provocados pelos mesmos antes da partida entre os dois clubes, no último domingo, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro.

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Após receber denúncia relatando os acontecimentos, o juiz titular do JTGE, Marco Aurélio Martins Xavier, em resposta a um pedido feito pelo Ministério Público, aplicou a sentença às organizadas. Dois torcedores do time paulista envolvidos nos conflitos ainda foram identificados e denunciados por lesão corporal contra dois seguidores colorados, por tumulto e incitação à violência.

De acordo com o relato do Ministério Público, a confusão foi iniciada nos arredores do Shopping Praia de Belas, cerca de 40 minutos antes do jogo no último domingo, quando os corintianos teriam descido do ônibus que os levava até o Beira-Rio e agrediram as vítimas com pedradas.

Por meio de nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) em seu site oficial, “a denúncia aponta a necessidade de investigação mais aprofundada, mas a suspeita é de envolvimento das torcidas organizadas em agressões mútuas” na briga antes do jogo no Beira-Rio.

– Os torcedores do time paulista, por sua vez, registraram em boletim de ocorrência que o veículo em que estavam fora apedrejado – destacou também o TJRS, que em seguida apresentou as justificativas do juiz para aplicar a punição às organizadas dos dois clubes, agora proibidas de frequentar qualquer estádio do Brasil durante este período de 180 dias.

– Conforme o juiz Martins Xavier, os fatos que motivaram a ação penal são graves e “reveladores de um fanatismo inadmissível e violento” justificando a suspensão da Camisa 12, sob pena de “abrir espaço para o prosseguimento da senda de violência”. Quanto ao pedido de suspensão da organizada Nação Independente, entende o magistrado que os elementos de prova revelam o envolvimento do grupo na confusão – explicou a nota oficial.

– As circunstâncias do conflito entre as duas torcidas são irrelevantes, neste momento processual, porquanto é evidente que, quando um dos polos em conflito não quer, ambos não se agridem – disse o juiz ao justificar a sentença.

Durante este período de 180 dias em que não poderão frequentar os estádios, a Camisa 12 e a Nação Independente também estão proibidas de ostentar elementos de identificação das organizadas e ainda não poderão usufruir de descontos em ingressos e dos espaços que ocupam nas arenas dos jogos.

– O descumprimento acarretará em multa de R$ 5 mil. O Juiz Martins Xavier oficiou a Comarca de São Paulo para que tome as medidas cabíveis de fiscalização em relação à Camisa 12, visando à eficácia da decisão – informaram as autoridades ao apontarem também a punição prevista se as ordens da Justiça não forem obedecidas pelas torcidas organizadas dos dois clubes.

OUTRAS ORGANIZADAS DO CORINTHIANS CRITICAM POLICIAMENTO

Por meio de notas oficiais, outras duas organizadas do Corinthians, a Gaviões da Fiel e a Fiel Macabra, criticaram o policiamento realizado em Porto Alegre, onde apontaram que a escolta dos torcedores alvinegros foi mal realizada. O problema, apontado pelos seguidores do clube paulista, teria sido determinante para os conflitos ocorridos antes da partida no Beira-Rio.

Nestas nota oficiais divulgadas em suas redes sociais, as organizadas do Corinthians garantem que cumpriram os protocolos exigidos durante a caravana das torcidas do clube até o Beira-Rio, mas mesmo assim apontam que não foram tratados pelos policiais com respeito e também não receberam deles a segurança suficiente para chegar ao estádio, no qual o Timão e o Colorado empataram por 2 a 2, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.