Lucas Figueiredo/CBF

Os boleiros da Seleção Brasileira ficaram tocados pelo grupo de torcedores que receberam o time com novos cânticos e muita farra na porta do hotel Corinthia, em São Petersburgo. Nesta quinta-feira, Neymar, Willian, Gabriel Jesus, Douglas Costa, Alisson e Danilo fizeram coro e reproduziram o vídeo exibido por Renato Augusto e Fernandinho, na noite de quarta, com a galera agitando lá embaixo, na rua, e mandando o canto: “ÔÔÔÔ 58 foi Pelé / Em meia dois foi o Mané / Em sete zero o Esquadrão / Primeiro a ser tricampeão / ÔÔÔÔ 94 Romário / 2002 Fenômeno / Primeiro tetracampeão / Único pentacampeão”.

A ação motivadora dos torcedores do Movimento Verde e Amarelo, criado em 2008 para acabar com a mesmice sem graça dos brasileiros nos estádios durante Copa do Mundo, fez efeito, mas não será usada na preleção do técnico Tite antes do confronto contra a Costa Rica, desta sexta-feira de manhã. “Foi muito legal. Um carinho sempre faz bem. Manifestações assim são importantes, mas nossas motivações são internas”, disse o auxiliar técnico Cléber Xavier.

Meia Renato Augusto gravou um pouco da festa na porta do hotel

Na verdade, o time do Brasil vem sendo preparado para ter um desempenho melhor do que aquele mostrado no empate com a Suíça (1 a 1), no domingo. Tite quer mais eficiência nas finalizações. Quer jogo entre as linhas de marcação dos costa-riquenhos e dar amplitude no jogo, abrindo mais para os lados do campo e promovendo entradas pelo meio.

A comissão técnica estudou a Costa Rica. Espera o esquema 5-4-1 que o time de Oscar Ramirez adotou durante as eliminatórias e utilizou na derrota para a Sérvia por 1 a 0. O raciocínio é que os Ticos não vão se expor mesmo precisando da vitória.  O time brasileiro será quase o mesmo que iniciou o jogo contra os suíços. Terá Fágner na lateral direita porque Danilo sofreu uma lesão. E o modelo de jogo não muda, incluindo marcação por zona nas bolas paradas ofensivas do adversário. Fágner poderá aproveitar a oportunidade e se oferecer no jogo ofensivo com amplitude.

Neymar entra em campo motivado pelo fato de ter convivido com os pais e os amigos nos dois dias seguintes ao jogo contra a Suíça. Em geral, o contato dele com o pai, Neymar Silva, ajuda a deixar o atacante do PSG mais focado. E disposto a partir para cima dos adversários. E Tite garantiu que não conversou com ele sobre evitar individualismo. Nem acha que é preciso. Se o time se acerta, ele vai ter mais opções de jogada.

O Brasil precisa da vitória. Vai atrás dela, com a convicção do treinador de que o selecionado jogou bem contra a Suíça, precisando absorver o nervosismo da estreia, o baque do gol de empate e adquirir frieza para concluir em gol. 

O combustível afetivo foi providenciado pela torcida. Os jogadores responderam rápido. “Melhor recepção? Impossível”, escreveu o goleiro reserva Ederson. “Clima na chegada no hotel em São Petersbugo! Top ou não?”, comentou o volante Fernandinho. Gabriel Jesus ficou empolgado: “Recepção incrível. Vai Brasil!”. E Renato Augusto abriu o desfile de elogios aos pachecos: “Chegada no hotel arrepiou”. O preparador físico Fabio Mahseredjian  completou: “Precisamos disso. Vocês são demais”.

Falta o time fazer a parte dele agora. E Taison descobrir um jeito de se manifestar nas redes sociais. O perfil do atacante no Instagram foi hackeado e ele não pode postar nada.