O clima foi tenso no treino do Cruzeiro nesta quinta-feira, na Toca da Raposa 2, em Belo Horizonte. Integrantes da torcida organizada Máfia Azul protestaram no Centro de Treinamento em Belo Horizonte e ainda abordaram jogadores na saída do local sob tom ameaçador por causa da ameaça de rebaixamento no Brasileirão.

“A gente não aceita jogador com corpo mole nessa desgraça aqui. Para a Série B nós não vamos cair. É para mentalizar as ideias, nós estaremos com vocês lá em Curitiba (visita ao Coritiba, no sábado), esse é o jogo da nossa vida. Se nós perdermos o ‘bagulho vai ficar doido’. Mentaliza o que estamos falando. Se o Cruzeiro perder esse jogo, vamos estourar isso daqui, a gente vai pegar mesmo”, discursou um dos torcedores, a um jogador que foi obrigado a ouvir as cobranças.

Wesley e Oliveira até tentaram argumentar e discordar das cobranças, mas acabaram tendo de concordar. “A vergonha que a gente está passando. Não vamos aceitar, não. O que a gente quer é raça. Não está faltando apoio, então tem de deixar a alma em campo.”

A direção do clube negou o acesso das organizadas, mas com o crescimento das cobranças e das ameaças, eles foram liberados e acabaram conversando com o técnico Zé Ricardo e alguns jogadores. O Cruzeiro está na zona de rebaixamento após levar 2 a 1 do Inter no Mineirão. Mas tem dois jogos a menos, contra Fortaleza e Vasco.

Além do protesto na Toca da Raposa, a Máfia Azul ainda fez uma nota em tons ainda mais ameaçadores ao elenco. “A torcida Máfia Azul como os demais torcedores cruzeirenses não mais suportam a campanha vexatória que o clube vem protagonizando no Campeonato Brasileiro. Entendermos a realidade do clube, realidade financeira, pois a realidade técnica, tática e desempenho apresentados dentro de campo, não aceitaremos mais”, afirmou.

“Durante todo o ano já tivemos inúmeros protestos, inúmeros movimentos de apoio, casa cheia em praticamente todos os jogos, e para esses jogadores parece que pouco importa. Não surtiram efeito, mas agora a conversa é diferente. Sábado é ganhar ou ganhar”, continuaram.

Por fim, a maior ameaça: “Não tem conversa, é entrar em campo para dar a vida ou nem precisa viajar. A cobrança agora será pessoal. Não tem essa de protesto em porta de CT, vamos cobrar na porta de casa, na saída do filho na escola, no passeio no shopping ou restaurante…”