Débora Cotta, de 25 anos, afirma ter sido beijada à força dentro do Mineirão durante o jogo entre Atlético-MG e Corinthians, na última quarta-feira (11). A torcedora do galo publicou a denúncia nas redes sociais e ainda reclamou da falta de empatia dos seguranças do estádio.

Vale lembrar que, na última semana, a estudante Karinne Marques Guimarães, de 21 anos, também relatou ter sido vítima de assédio sexual no principal palco do futebol mineiro.

Ao G1, Débora explicou que foi até um bar do estádio para comprar cerveja logo no início do segundo tempo. A mulher relata que estava na mureta do Mineirão, aguardando para realizar a compra e ajudando uma outra menina que estaria com a pressão baixa. Neste momento, Cotta diz que um homem entre 45 e 50 anos se aproximou dela com dois copos de cerveja.

“Ele falou algumas coisas que não lembro, porque eu estava conversando com uma menina que estava com a pressão baixa do meu lado, me agarrou, me pressionou bastante nele, de um jeito que eu não conseguia sair, e me deu um beijo na boca. Eu tentei sair, mas não consegui. Quando ele parou, eu fiquei sem entender. A minha reação foi falar: ‘Sai daqui’. Ele saiu andando e rindo”, contou.

Ainda sem entender direito o que aconteceu, Débora seguiu o possível agressor e o agrediu com chutes e socos.

“Eu pensei: ‘Não posso deixar por isso mesmo’. Ele apressou o passo, e eu comecei a gritar, dizendo que ele tinha me agarrado, mas ninguém fez nada. Teve um cara ainda que estava perto e falou que não era para tanto”, explicou.

Na sequência, a torcedora não conseguiu conter as lágrimas e foi amparada por outra mulher.

Dificuldade para registras a denúncia

Ao ser direcionada para segurança do estádio, Débora revela que foi questionada por funcionário se havia alguma testemunha do ocorrido e se ela sabia onde estava o homem, pois caso contrário, o agressor ficaria impune. Somente após ser abordada por outro funcionário, a vítima foi levada até a base da polícia do estádio para registrar o boletim de ocorrência.

Com a ajuda de câmeras de segurança, os policiais conseguiram identificar o suspeito, mas ele não foi localizado.

“Eu não consigo parar de pensar, me dá uma sensação horrível, de nojo, não sei se isso vai passar uma hora. Eu nunca vi o Galo ser campeão brasileiro, não ia perder a oportunidade de ver os jogos. Eu só queria pegar uma cerveja e assistir ao jogo – lamentou.

Questionado, a organização do estádio do Mineirão respondeu por nota que “teve conhecimento, na manhã desta quinta-feira (11), do caso denunciado pela torcedora Débora Cotta no jogo entre Atlético e Corinthians”.

“O estádio já está apurando a denúncia junto à equipe de segurança contratada e entrando em contato com a torcedora para mais informações”, diz o texto.

“O Mineirão informa que vem aprimorando o treinamento de seus prestadores de serviço e tem trabalhado para o melhor acolhimento das torcedoras. É importante que denúncias como essa sejam feitas para que o estádio leve ao conhecimento das autoridades policiais”, declarou o Mineirão.