Torcedor preso do Milan tinha ligação com traficantes do Brasil

MILÃO, 20 DEZ (ANSA) – Um dos torcedores organizados do Milan, que foi detido na última sexta-feira (17) pela polícia italiana sob a acusação de tráfico de drogas, tinha ligações com criminosos do Brasil e Marrocos, segundo investigação divulgada nesta segunda-feira (20).   

O ultra da equipe rossonera Luca Lucci, principal líder da Curva Sud, permaneceu em silêncio durante interrogatório hoje. O torcedor de 40 anos decidiu fazer uso do direito de não responder as perguntas perante ao juiz de investigações preliminares (Gip) Fabrizio Filice.   

No entanto, o inquérito coordenado pelo procurador de Milão, Leonardo Lesti, revelou que Lucci seria o líder da organização, “planejando a atividade ilegal, sem nunca ter participado ativamente, mas dando diretivas através do software ‘Encrochat’, instalado em um celular em sua posse e com um número de telefone holandês”.   

De acordo com a decisão de Filice, o titular da Curva Sud, que no chat criptografado tinha o apelido de “belvaitalia”, devido ao “cargo máximo” que ocupava “no tráfico ilícito de drogas” teria “relações com traficantes de drogas estrangeiros “no Brasil e no Marrocos”.   

Lucci, envolvido em muitas investigações nos últimos anos e já preso por drogas no passado, também ficou conhecido porque, no dia 16 de dezembro de 2018, apareceu em uma fotografia cumprimentando o então ministro do Interior da Itália Matteo Salvini, por ocasião das comemorações do 50º aniversário do Curva Sud.   

O torcedor também foi condenado por ter agredido um apoiador da Inter de Milão, Virgilio Motta, no clássico entre Milan e Inter, em 15 de fevereiro de 2009, fazendo-o perder um olho. Logo depois, Motta suicidou-se.   

Na semana passada, pelo menos oito pessoas, entre elas torcedores organizados do Milan, foram detidas sob a acusação de tráfico de drogas. Além de Lucci, outros três ultras da equipe rossonera estão presos. (ANSA)