O plano inicial de Tóquio de realizar uma edição compacta dos Jogos Olímpicos em 20020 parece que vai ficando no passado. Um painel do governo de Tóquio vai propor mudanças em alguns locais de competições, tirando eventos da cidade, a fim de economizar recursos, na mais recente de uma série de mudanças desde que a capital japonesa foi escolhida para sediar o evento há três anos.

As instalações a serem revistas envolvem as competições do vôlei, da natação, do remo e da canoagem velocidade. De acordo com informações da emissora pública NHK, a comissão vai propor que o remo e a canoagem sejam disputadas na cidade de Tome, na província de Miyagi, a cerca de 440 quilômetros a nordeste de Tóquio.

Os detalhes das alterações propostas devem se tornar públicas nesta quinta-feira, em reunião de um grupo de trabalho para reforma do governo metropolitano. As mudanças exigiriam a aprovação do Comitê Olímpico Internacional e das federações esportivas internacionais.

O painel do governo foi criado no início deste mês pelo governador de Tóquio, Yuriko Koike, que está determinado a reduzir os custos crescentes do evento. Tóquio ganhou o direito de sediar os Jogos em 2013, prometendo um evento compacto, com 28 dos 31 locais de competições concentrados dentro de um raio de oito quilômetros na Vila Olímpica. Originalmente, só tiro, pentatlo moderno e uma das sedes do futebol estariam fora desse raio.

Porém, basquete, tae kwon do e ciclismo já foram transferidos para fora de Tóquio com a intenção de maximizar instalações existentes. O ciclismo, inclusive, foi mudado para Izu, a cerca de 145 quilômetros a sudoeste da capital.

O presidente do Comitê Organizador de Tóquio-2020, Yoshiro Mori, reconheceu em julho que o custo de construção de sete instalações temporárias para os Jogos Olímpicos tinha subido para estimados em US$ 2,6 bilhões (R$ 8,4 bilhões) ante uma previsão inicial de US$ 690 milhões (R$ 2,23 bilhões).

Mori disse que os números originais foram o resultado de cálculos errados, culpando o governo metropolitano de Tóquio e o Comitê Olímpico Japonês. Os custos totais para organizar a Olimpíada são compartilhados pelo comitê organizador, o governo municipal de Tóquio e o governo nacional.

A comissão organizadora não divulgou uma estimativa oficial dos custos totais, mas reconheceu que será consideravelmente maior do que os US$ 3,5 bilhões (R$ 11,3 bilhões) que estavam previstos na proposta da candidatura vitoriosa.

Os preparativos para os Jogos vêm sendo atrapalhados por uma série de escândalos envolvendo o novo estádio nacional, o seu logotipo e as acusações de suborno no processo de escolha da sede.