 "Reprodução/Globo")
O ator Tony Ramos, de 76 anos, abriu o coração sobre as dificuldades que enfrentou por não ter a presença do pai biológico durante a infância. Criado por sua mãe e avó materna, ele se empenhou muito para ser um pai presente para seus filhos — a advogada Andrea e o médico Rodrigo — frutos do casamento com Lidiane Barbosa.
Ele compartilhou suas lembranças em entrevista ao videocast Conversa Vai, Conversa Vem, do jornal O Globo. “Não diria que foi abandono, essa palavra é forte demais. Hoje em dia, as coisas são diferentes. Quando um casal se separa, há um esforço para preservar os filhos e manter uma relação amigável, para que as crianças entendam que não existem inimigos, apenas uma história que não deu certo”, refletiu.
Tony ainda ressaltou que, nos anos 1950, era raro que ex-parceiros mantivessem contato pelos filhos: “Naquela época, as pessoas se afastavam mesmo, era um bloqueio natural. Quem se separava dificilmente continuava convivendo”.
Ele contou que a ausência paterna foi mais sentida à medida que foi crescendo, principalmente quando surgiram dúvidas, até sobre temas delicados, que ele teria preferido perguntar ao pai durante momentos em família, como o jantar. “Essas perguntas eu acabei fazendo para tios, amigos, colegas. Mas tive o amor e a força dessas duas mulheres ao meu lado”, explicou.
Apesar da rotina intensa, que o impedia de estar tão presente quanto gostaria, especialmente em compromissos escolares, Tony sempre procurava se informar. “Eu estava sempre trabalhando, no estúdio ou em externas, e quando chegava em casa, perguntava para a Lidiane como tinha sido a reunião na escola. A Andrea respondia: ‘Papai, sabemos que alguém precisa trabalhar para sustentar a casa…’”, contou o ator.
Para concluir, ele refletiu: “Ainda não tenho uma paz total sobre isso, mas fiz questão de estar presente de forma carinhosa na vida de cada um deles. A presença física sempre existiu, com muito afeto. Sou pai, não um herói, apesar de ter estrelado a novela ‘Pai Herói’”.