O ex-primeiro-ministro trabalhista britânico Tony Blair não descartou voltar à política, em uma entrevista divulgada nesta sexta-feira.

Blair, de 63 anos, fez estas declarações à revista Esquire pouco depois de anunciar que encerra seu polêmico, mas lucrativo escritório particular de assessoria a governos.

Mas sua popularidade continua sendo baixa por ter levado o país à guerra do Iraque em 2003.

É “uma questão em aberto”, disse Blair sobre um eventual papel na política.

“Não sei se há um papel para mim… Há um limite no que quero comentar sobre minha posição neste momento”, acrescentou.

“Tudo o que posso dizer é que agora a política está assim. Me importa? Sim, me importa. Me motiva? Sim. Onde vou a partir dai? O que faço? Esta é uma questão em aberto”.

Como líder trabalhista, Blair venceu três eleições consecutivas desde 1997, com um programa centrista mal visto pela ala mais esquerdista de seu partido, encarnada por seu atual líder, Jeremy Corbyn, que repudia seu legado.

Blair reconheceu que produziu uma forte reação contra seu estilo de política, mas que os centristas têm que contra-atacar.

“É muito cedo para dizer que o centro foi derrotado. Temos que estar à altura do desafio”, acrescentou.

No ano passado, Blair disse que sentia “mais pesar, arrependimento” do que podia expressar pela guerra do Iraque, em resposta à publicação do relatório oficial Chilcot, que denunciou que a invasão se baseou em provas falsas e foi realizada de um modo péssimo.