Ninguém quer embalar o berço onde está o presidente Michel Temer. O presidenciável Henrique Meirelles, candidato do MDB, não quer nem mencionar o nome do presidente na sua campanha. Cita até Lula, a quem ajudou a comandar a economia, mas de Temer ele quer distância. Na sua propaganda na TV, Meirelles diz que ajudou a consertar os desmandos de Dilma na economia, mas não cita o governo Temer, do qual fez parte. A ausência de Temer na propaganda do MDB, irritou tanto Temer, que ele chegou a pensar em substituir Meirelles na chapa para presidente, disputando o pleito como candidato à reeleição.

Mas não é apenas Meirelles que foge de Temer, como o diabo da cruz. Também os tucanos querem distância do presidente. Hoje, o senador tucano Tasso Jereissati disse que o grande erro do PSDB foi ter entrado no governo de Temer. Esse também é praticamente o discurso de Geraldo Alckmin, quando lhe perguntam sobre seu apoio ao governo do MDB. Alckmin disse que desde o início era contra o PSDB apoiar Temer. E ele realmente resistiu em apoiar o atual governo, mas o PSDB decidiu apoiar quando o impeachment derrubou Dilma.

Vários tucanos integraram o ministério de Temer, como José Serra, Antonio Imbassahy, Aloysio Nunes Ferreira. Mas não demorou muito e o PSDB foi deixando o governo aos poucos. Hoje, Alckmin não quer deixar a menor dúvida de que o PSDB não tem nada a ver com o governo do emedebista. Toma que o filho é teu, diz Alckmin para o MDB. Afinal, Temer é um dos presidentes mais rejeitados pelo brasileiro nos últimos séculos. Situação que pode aumentar ainda mais se a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentar nova denúncia contra o presidente, por causa dos propinas que seu amigo, o coronel Lima, recebeu em seu nome. Aí, o nome de Temer vai virar, definitivamente, sinônimo de doença contagiosa. Ninguém vai querer nem chegar perto.